Unicef quer acesso desimpedido para combater surto de cólera no Sudão

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Duas mulheres carregam água em campos de refugiados

O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, conta administrar 1,4 milhão de doses de vacina oral contra a cólera e reforçar os Centros de Tratamento da Doença.

Uma ação de resposta para conter a propagação e apoiar a recuperação visa conter a propagação da doença que ameaça a vida de centenas de

Distribuição de sabão, no leste do Sudão
© Unicef/Omar Tarig

Serviço de Urgência 

Os esforços incluem sensibilizações presenciais e remotas sobre o tratamento precoce da cólera, a gestão local de casos, vigilância, prevenção e formação de voluntários de saúde comunitária.

Uma das medidas é o fornecimento de kits, sabão, lonas de plástico e placas para latrinas.  Desde 21 de junho, quando foi detectado o primeiro caso, a doença matou pelo menos 20 pessoas.

Para evitar mais mortes, O Unicef apela ao Governo e às partes interessadas a facilitarem, em carter de urgência, o acesso sustentado, desimpedido e seguro às crianças na localidade de Tawila e em todos os estados do Darfur.

Violência implacável

O Representante da Unicef no país, Sheldon Yett conta que “apesar de ser prevenível e facilmente tratável, a cólera está a devastar Tawila e outras partes do Darfur, ameaçando a vida das crianças, especialmente as menores e mais vulneráveis”.

Sudan, estado de Gedaref
© WHO/Lindsay Mackenzie

Ele explica que enquanto trabalham incansavelmente com os parceiros no terreno para conter a propagação e salvar vidas, a violência implacável aumenta as necessidades mais rapidamente do que possam ser satisfeitas.

O apelo é de um acesso seguro e desimpedido para reverter a situação com urgência e chegar as crianças necessitadas.

300 crianças

Mais de 1.180 casos notificados da cólera, incluindo 300 em crianças desde o início do surto em junho. Até 30 de julho, foram notificados um total de 2.140 casos e 80 mortes nos cinco estados do Darfur.

Unicef ressalta que desde abril mais de 500 mil deslocados internos refugiaram-se em Tawila, a cerca de 70 km da capital do estado de Al Fasher, onde os combates continuam. Os deslocados enfrentamsituações de escassez de alimentos, água, abrigo e crescente ameaça de doenças.

Na região, o bombardeamento de hospitais forçou unidades de saúde próximas ao palco dos combates e arredores a fecharem as portas.

Ataques a comboios de ajuda

O acesso limitado a cuidados de saúde, a escassez de água potável e o saneamento deficiente, aumentam o risco de propagação de doenças mortais incluindo a cólera, sobretudo nos locais de acolhimento.

Estudos recentes dão conta que o número de crianças com subnutrição aguda grave no Darfur do Norte duplicou no último ano, as probabilidades destas crianças contraírem e morrerem da cólera são elevadas.

Diminuir o risco dessas mortes infantis evitáveis requer acesso imediato e seguro a serviços vitais de nutrição, saúde e água.

O contexto é de ruptura nos estoques de vacinas e alimentos terapêuticos prontos a usar. 

Tratamento de água

Os esforços de reposição são dificultados pelo bloqueio do acesso humanitário, saques e ataques aos comboios de ajuda e os impedimentos burocráticos à entrega de fornecimentos e serviços.

Em Tawila, a Unicefdistribuiu saquetas de Sais de Reidratação Oral e quase 30 mil pessoas têm agora acesso a água segura, limpa e clorada diariamente, através do transporte de água potável, reabilitação de reservatórios e instalação de sistemas de armazenamento de água.

Os materiais de higiene chegaram a 150 mil pessoas em Daba Naira, enquanto as pastilhas de cloro estão a ajudar as famílias a tratar a água em casa.

Fonte: ONU