Intensidade, frenesim. Nervos à flor da pele. O dérbi minhoto teve os ingredientes que habitualmente não costumam faltar, mas não teve o essencial: golos e também uma pitada de emoção. Vitória e Braga anularam-se, calcularam o risco e ficaram em branco (0-0) perante 28.133 adeptos.
Com as equipas em ciclos distintos e separadas por treze pontos, o Vitória de Guimarães conseguiu sobrepor-se por períodos mais prolongados de tempo ao rival, mas faltou critério para ser mais efetivo. Competente, o Sp. Braga equilibrou em lances ofensivos, mesmo sem o domínio de outros jogos.
Entre cruzamentos aqui e ali, no soar do gongo Chucho Ramirez esteve perto de desequilibrar o encontro num dos principais lances em organização ofensiva da equipa da casa. Chegou atrasado, não emprestando o ingrediente que tem sido apanágio nos últimos dérbis: decisões fora de horas.
Margem de erro reduzida, encaixe técnico
Ansiedade inicial, alguma tremedeira de parte a parte até finalmente Vitória e Braga afinarem a estratégia. Em mais uma edição do dérbi minhoto, não comprometer começou por ser a palavra de ordem. Reduzir a margem de erro era o mote, para aproveitar eventuais erros adversários.
Foi nesse limbo que se começou a traçar a história do jogo no D. Afonso Henriques. Vários lances ofensivos de ambos os lados, vários cruzamentos e aproximações à área, mas sem todos os ingredientes para criar verdadeiro perigo. Começou por ter mais iniciativa o conjunto da casa, mas a realidade é que com erros não forçados ia provocando a dúvida na organização da equipa.
Em contraponto, o Sp. Braga expunha-se menos conseguia não mexer tanto na estrutura da equipa. A rede da baliza bracarense ainda abanou no final da primeira metade, na sequência de um pontapé de canto, mas de pronto João Gonçalves sancionou falta.
Critério, o calcanhar de Aquiles dos vimaranenses
As cabines ajudaram o Sp. Braga a organizar-se e a reagrupar-se. Com isso conseguiu ter mais controlo do jogo na segunda metade. Ao ter mais bola, a equipa de Carlos Carvalhal conseguiu gerir o ritmo do jogo. Ainda assim, com mais intensidade, o Vitória era mais efetivo.
Teve momentos de maior assédio ao último reduto adversário, criou vários lances de finalização, mas ia faltando sempre o último toque. A definição foi o calcanhar de Aquiles de um Vitória que se revelou mais competente. Vários pontapés de canto, muitos cruzamentos, mas dificuldades para criar uma joga limpas para finalizar com tranquilidade. Um dos últimos lances do encontro, o momento do jogo evidencia bem isso.
Uma das equipas mais produtivas fora de portas, o Sp. Braga interrompe a série de cinco jornadas consecutivas a vencer com o empate sem golos. A equipa de Carvalhal tinha vencido nas últimas seis deslocações, vendo o FC Porto destacar-se na luta pelo terceiro lugar. Com a baliza a zeros pelo terceiro jogo consecutivo, o Vitória continua a procurar reencontrar-se depois da reestruturação do plantel e da troca de treinadores. Enquanto isso, os lugares europeus ficam cada vez mais complicados.
Fonte: Mais Futebol