Violência sexual e feminicídio condicionam envolvimento da mulher nos processos de manutenção de paz

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Margarida Talapa defende aumento do financiamento para iniciativas de paz e segurança lideradas por mulheres. A presidente da Assembleia da República falava nesta segunda-feira, em Genebra, na Conferência das Mulheres Presidentes do Parlamento.

Margarida Talapa participou na Conferência das Mulheres Presidentes de Parlament, que decorreu em Genebra, na Suíça. É uma conferência que marca os 30 anos de uma organização criada em 1995, com o objectivo de promover a igualdade de género e o empoderamento feminino à escala global.

Paralelamente a esta ocasião dos 30 anos, o evento celebra as “bodas de prata”, da Resolução 1325 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que reconheceu o impacto dos conflitos armados sobre mulheres e meninas.

Na sua intervenção, a presidente do Parlamento moçambicano, Margarida Talapa, reconheceu que, “apesar destas importantes conquistas, a discriminação, a falta de representatividade em postos de tomada de decisão, a violência baseada no género, incluindo a violência sexual e o feminicídio, assim como a prevalência de uma cultura organizacional inadequada, continuam a condicionar o pleno envolvimento da mulher nos processos de construção e manutenção de paz.”

Com vista à materialização da nova agenda mundial sobre as mulheres, num contexto geopolítico complexo, a presidente da Assembleia da República de Moçambique apresentou três propostas: “Primeiro, aumentar o apoio financeiro às iniciativas lideradas por mulheres, focadas na área de paz e segurança. Segundo, assegurar a inclusão de linguagem robusta sobre a Agenda de mulher, paz e segurança, nos produtos do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Terceiro, desenvolver e implementar Planos de Acção nacionais sobre a Agenda de mulher, paz e segurança, alinhados aos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável e à Nova Agenda para Paz.”

Do contexto global à situação interna do nosso país, a presidente da Assembleia da República partilhou, na ocasião, a experiência de implementação do Plano de Acção de Moçambique. Margarida Talapa disse que os resultados já se fazem sentir, porquanto a mulher está devidamente representada em todos os órgãos de soberania. “Na Assembleia da República, na presente Legislatura, 39 por cento dos deputados são mulheres”, sustentou.

Perante mulheres líderes parlamentares, Margarida Talapa reafirmou o compromisso da Assembleia da República em prosseguir com os esforços para assegurar que as políticas adoptadas pelo Governo integrem a perspectiva de género e que a promoção e o empoderamento da mulher continuem no topo da agenda governativa.

Das 58 mulheres que presidem os parlamentos nacionais, em todo o mundo, estiveram 30, para reestruturar a agenda parlamentar com base nas mudanças políticas, económicas e ambientais, que exigem soluções de governação sensíveis às questões do género.

Fonte: O País

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