Já há um ano que várias famílias vivem em péssimas condições, após o deslizamento de uma lixeira. “Até hoje, que estamos em Julho, ainda não nos deram nada. Prometeram-nos terrenos e chapas, mas ainda não deram nada. Estamos na miséria mesmo”, disse Laura Cossa, uma das vítimas do deslizamento .
O secretário do bairro comunal, Armando Nhabanga, diz que a promessa de reassentamento pela edilidade continua no papel. “Foram prometidos novos terrenos, naquela casa e outras casas (…) As pessoas estão a viver em zonas de risco. Já entregamos os documentos ao conselho municipal, mas ainda não foram indicados um sítio para viver”, afirmou Armando Nhabanga, secretário do Bairro Comunal.
Félix Parruque, director de urbanização de Xai-Xai, diz que o conselho municipal da cidade de Xai-Xai já identificou os espaços para reassentar as famílias. No entanto, elas recusam-se a abandonar a zona de risco.
“Os espaços estão lá, na zona de Patrice Lumumba, mas as famílias não quiseram sair. Reconhecemos que, de facto, as famílias estão jusante da lixeira e correm algum risco, por conta da avalanche”, explicou Parruque.
Enquanto persiste o debate entre as autoridades, há famílias que clamam por uma resposta. Angelina Fabião, de 65 anos de idade, é uma das vítimas e conta que ela e seu marido doente enfrentam as noites frias ao relento.“A sua recuperação é lenta porque pernoitamos ao relento e o sofrimento é maior devido ao frio”, lamentou.
Há 30 anos que Cristina Cossa vive a cinco metros da lixeira. Conta que viu parte da sua casa ser arrastada por resíduos e teme por um novo deslizamento.
“A lixeira tem 10 metros de altura. Sofremos sempre que chove devido ao deslizamento de terra, que destrói casas. Pedimos que nos transfiram para um local seguro”, apelou.
Após o deslizamento decidiu-se pelo encerramento da área, entretanto a colocação de um contentor pelo município preocupa residentes dos três bairros que falam em demora na remoção do lixo, facto que pode levar os problemas do passado.
O Director de urbanização assume o problema e diz que a edilidade debate com a falta de meios.
“Colocamos o contentor a pedido da comunidade. Também nos debatemos com alguns problemas de meios, o que criou esta ausência da retirada do contentor, com alguma regularidade (…) Então, pode ser por isso que a comunidade entendeu que foi reativada a lixeira, mas na verdade está encerrada por completo”, explicou director de urbanização de Xai-Xai
Há pelo menos 40 famílias em zonas de risco, em particular nos bairros 8 e 13 que aguardam por reassentamento há cinco em Xai-Xai.
Fonte: O País