Xi convoca os gigantes: China reage à maior queda de IDE desde 2008

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O Presidente da China, Xi Jinping, reuniu-se esta sexta-feira com cerca de 40 líderes de empresas multinacionais em Pequim, numa tentativa clara de restaurar a confiança do investimento estrangeiro directo (IDE), que registou a sua maior queda desde a crise financeira de 2008.

Entre os participantes estavam executivos de empresas como AstraZeneca, FedEx, Saudi Aramco e Standard Chartered, num encontro que reflecte os esforços do governo chinês para inverter a tendência de retirada de capitais e reafirmar o compromisso da China com a abertura económica.

De acordo com dados oficiais, o IDE caiu 27,1% em 2024 (em termos de moeda local), acentuando as preocupações de investidores quanto à previsibilidade do ambiente regulatório e à crescente percepção de favorecimento das empresas estatais em detrimento das privadas e estrangeiras.

“Gostaria de expressar os meus sinceros agradecimentos a todas as empresas estrangeiras que participaram e apoiaram o desenvolvimento da China”, declarou Xi Jinping, salientando que as empresas estrangeiras representam um terço do comércio externo do país, um quarto do valor acrescentado industrial e mais de 30 milhões de postos de trabalho.

O encontro decorreu na sequência do Fórum de Desenvolvimento da China (CDF), onde o primeiro-ministro Li Qiang apelou à abertura dos mercados e combate à crescente instabilidade económica global. Esta frequência de encontros de alto nível com investidores e empresários estrangeiros marca uma mudança no estilo de liderança de Xi, que tem assumido pessoalmente a responsabilidade de transmitir sinais de confiança e abertura, inclusive junto dos sectores tecnológico e privado nacionais.

“As corporações transnacionais desempenham um papel importante na salvaguarda da ordem económica mundial”, afirmou Xi, encorajando os presentes a “levantar as vozes da razão” e a tomar “acções pragmáticas”.

Segundo fontes próximas do planeamento da reunião, o sector farmacêutico teve uma presença expressiva, num momento em que a China procura acelerar a inovação e atrair capital estrangeiro para sectores estratégicos, como saúde, energia e finanças.

A repetição deste tipo de encontros poderá tornar-se uma prática anual, sinalizando um novo posicionamento da China na gestão da sua imagem junto dos mercados internacionais.

Fonte: O Económico

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