27.1 C
New York
Sunday, November 9, 2025
InícioEconomiaMoçambique regista deflação em Julho, mas inflação acumulada permanece alta

Moçambique regista deflação em Julho, mas inflação acumulada permanece alta

Em Julho de 2024, Moçambique experimentou uma deflação mensal de 0,05%, conforme indicado pelos dados do Índice de Preços no Consumidor (IPC), que monitora os preços em oito cidades do País. Este fenômeno contrasta com a inflação acumulada desde o início do ano, que se mantém em 11,5%, e com a inflação homóloga (comparação com julho de 2023) de 29,7%.

 

Deflação em Julho: Um alívio temporário

 

A deflação de 0,05% registada em Julho é atribuída, em grande parte, à queda dos preços em categorias essenciais como alimentos e bebidas não alcoólicas, que contribuíram com 0,11 pontos percentuais negativos para o índice geral. Entre os produtos que mais influenciaram essa queda estão o tomate (-7,6%), a cebola (-7,1%), e o feijão manteiga (-1,2%). Estes itens básicos são cruciais para o consumo das famílias moçambicanas, e a redução de seus preços pode ter proporcionado um alívio temporário no custo de vida.

 

No entanto, alguns produtos contrariaram a tendência de queda, como o milho em grão (+15,6%), o peixe fresco (+2,5%) e o alho (+10,8%), que juntos contribuíram com 0,14 pontos percentuais positivos para o índice. Este aumento em itens igualmente essenciais levanta preocupações sobre a volatilidade dos preços de alimentos, um fator que afeta diretamente a segurança alimentar no país.

 

Inflação Acumulada e Homóloga: Pressão Persistente

 

Apesar da deflação observada em Julho, a inflação acumulada de Janeiro a Julho de 2024 atingiu 11,5%, um nível preocupante que reflete o aumento contínuo dos preços desde o início do ano. As divisões de alimentação e bebidas não alcoólicas, juntamente com restaurantes, hotéis, cafés e similares, foram os principais motores desse aumento, contribuindo significativamente para a elevação dos preços. Produtos como peixe seco, refeições em restaurantes, e arroz em grão tiveram aumentos expressivos, pressionando o orçamento das famílias moçambicanas.

 

A inflação homóloga, que compara os preços de julho de 2024 com os de julho de 2023, mostra um aumento de 29,7%. Este crescimento acentuado é particularmente elevado nas divisões de educação (10,52%) e alimentação e bebidas não alcoólicas (5,64%), destacando a persistente pressão inflacionária em setores fundamentais para o bem-estar das famílias.

Variações Regionais: Desigualdades nos preços

 

A análise regional revela que a deflação em Julho não foi uniforme em todo o País. Enquanto cidades como Tete (-0,23%) e Nampula (-0,21%) registraram as maiores quedas de preços, outras localidades, como Chimoio (+0,18%) e a Província de Inhambane (+0,12%), experimentaram aumentos nos preços.

 

No acumulado do ano, todos os centros de recolha de preços registraram aumentos, com destaque para Quelimane, que teve a maior elevação no nível geral de preços, chegando a 27,9%. Este dado reflecte as desigualdades regionais no impacto da inflação, com algumas áreas sofrendo mais que outras.

 

A deflação registada em julho pode oferecer um breve alívio, mas os números da inflação acumulada e homóloga indicam que Moçambique continua a enfrentar desafios significativos no controle do custo de vida. A volatilidade dos preços, especialmente em alimentos, e as diferenças regionais no impacto da inflação, sugerem que medidas adicionais serão necessárias para estabilizar a economia e proteger as famílias moçambicanas da crescente pressão inflacionária.

Fonte: O Económico

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor, digite seu nome aqui
Por favor digite seu comentário!

- Advertisment -spot_img

Últimas Postagens

Chapo defende justiça ambiental para países vulneráveis

0
O Presidente moçambicano, Daniel Chapo, apelou por decisões globais corajosas na COP30, destacando a urgência de enfrentar a crise climática com financiamento...
- Advertisment -spot_img