As informações constam do Relatório Mundial sobre Drogas 2025, que foi divulgado nesta quinta-feira, em Viena, sede do Escritório da ONU sobre Drogas e Crime, Unodc.
Somente 1 em cada 12 obteve tratamento
A publicação coincide com o Dia Internacional contra o Abuso e o Tráfico Ilícito de Drogas, neste 26 de junho.
Em todo o mundo, mais de 500 mil pessoas morreram e 28 milhões de anos saudáveis de vida foram perdidos devido a deficiências ou mortes prematuras registradas em 2021.
De acordo com o documento, somente uma em cada 12 pessoas com transtornos por uso de drogas recebeu qualquer forma de tratamento em 2023.
Naquele ano, cerca de 316 milhões de pessoas usaram alguma droga, à exceção de álcool e tabaco. Trata-se de 6% da população, entre 15 e 64 anos, em comparação com 5,2% registrados em 2013.
A cannabis permanece a substância mais consumida com 244 milhões de usuários. A seguir estão os opióides com 61 milhões, anfetaminas com 30,7 milhões, cocaína com 25 milhões e ecstasy com 21 milhões.
Grupos de pessoas vulneráveis
No entanto, há novos grupos de pessoas vulneráveis fugindo de dificuldades, instabilidade e conflito que podem fazer que esses números aumentem ainda mais.
A diretora executiva do Unodc disse que esta edição do Relatório Mundial sobre Drogas mostra que os grupos organizados de tráfico continuam a se adaptar, explorar crises globais e mirar populações vulneráveis.
Ghada Waly pede que seja investido em prevenção e abordadas as causas profundas do comércio de drogas em todos os pontos da cadeia de suprimentos ilícita.
Outra sugestão é reforçar respostas, aproveitando a tecnologia, reforçando a cooperação transfronteiriça, proporcionando meios de subsistência alternativos e tomando medidas judiciais contra os responsáveis dessas redes.
Por meio de uma abordagem abrangente e coordenada, o Unodc crê que as organizações criminosas podem ser desmanteladas. Um passo que fortalece a segurança global e protege as comunidades.
Tráfico de drogas e crime organizado
O relatório que aborda o tráfico de drogas e crime organizado, o impacto do uso de substâncias na saúde dos usuários, suas famílias, comunidades e sociedade em como o impacto das drogas no meio ambiente na Europa.
Em relação à produção, apreensões e uso de cocaína, 2023 teve o recorde de 3.708 toneladas. No mercado de drogas ilícitas, a transação da folha de coca é a que mais cresce no mundo. Foi um aumento de 34% na produção ilegal acima de 2022.
Já as apreensões globais de cocaína atingiram um recorde de 2.275 toneladas um aumento de 68% em relação ao período 2019-2023. O consumo cresceu de 17 milhões de usuários em 2013 para 25 milhões em 2023.
Violência brutal e competição
A penetração dos traficantes de cocaína acontece em novos mercados na Ásia e na África.
Por outro lado, a conhecida violência brutal e a competição que caracterizam o cenário ilícito da cocaína, antes confinadas à América Latina, agora estão se espalhando para a Europa Ocidental com destaque para o oeste dos Bálcãs.
O mercado de drogas sintéticas continua a se expandir globalmente, dominado por estimulantes do tipo anfetamina como metanfetamina e anfetamina. As apreensões atingiram um recorde em 2023 e representaram quase metade de todas as apreensões globais de substâncias sintéticas. A seguir estão os opioides sintéticos, incluindo o fentanil.
Meio ambiente
O relatório alerta que o alto custo dos transtornos por uso de drogas em indivíduos, comunidades e sistemas de saúde, e a crescente rejeição ao multilateralismo e a realocação de recursos podem intensificar o problema, observa o relatório.
O custo de não enfrentar os transtornos por uso de drogas é alto. Fatores, políticas e disponibilidade de serviços de saúde e sociais baseados em evidências “podem ajudar a mitigar o impacto do uso na saúde das pessoas e comunidades”.
O relatório conclui que o uso, cultivo e tráfico de drogas e as respostas políticas promulgadas para abordar as economias ilícitas de substâncias estão todos impactando o meio ambiente na Europa.
As consequências potenciais do cultivo ou produção de drogas podem incluir desmatamento e outras mudanças no uso da terra, além de poluição do ar, do solo e da água, o que pode ser significativo no nível local.
Fonte: ONU
