No banco dos réus estão P. Guilamba, C. Langa, G. Lussaca, D. Ngoca, J. Nhaca, Z. Tamele, L. Tivane e R. Abdula, acusados de associação criminosa, corrupção, abuso de cargo, uso de documentos falsos e tráfico internacional de espécies protegidas. O Ministério Público sustenta que a carga, apreendida em Maio deste ano no Porto de Maputo, estava associada à empresa AGXLOGISTIC SU, Lda, registada com dados de um cidadão já falecido. Outros sete suspeitos permanecem foragidos.
Na sessão inaugural, dedicada à leitura da acusação e início da produção de prova, a magistrada destacou que o esquema teria causado prejuízos ao Estado moçambicano e beneficiado redes criminosas com ligações internacionais.
Durante a audiência, o arguido D. Ngoca declarou trabalhar como ajudante de despachante aduaneiro na empresa de L. Tivane. Contou que foi apresentado por este a A. Sitoe, suposto despachante “freelancer” sem licença, e que a sua participação no caso limitou-se a submeter, no Sistema de Janela Única Electrónica, processos com credenciais do seu chefe. “Tive conhecimento apenas da exportação de milho para Dubai e não de pontas de marfim. Não sei quais documentos são exigidos para exportar espécies proibidas”, afirmou, acrescentando que não fiscalizou o conteúdo da mercadoria nem conhece a empresa responsável pelo envio.
Ngoca garantiu que toda a tramitação foi feita com autorização de L. Tivane, incluindo a assinatura de requerimentos e pedidos de assistência fiscal. Disse ainda que os documentos pareciam regulares e que não houve qualquer pressão para o processamento.
O julgamento prossegue com a audição de outros arguidos e testemunhas.
Fonte: Jornal Noticias