Industrialização, Agricultura e Energia no Centro da 45.ª Cimeira da SADC

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O Presidente da República, Daniel Chapo, participa em Antananarivo na 45.ª Cimeira da SADC, onde os líderes regionais discutem estratégias para impulsionar a industrialização, a transformação agrícola e a transição energética. Num momento em que a região enfrenta desafios de crescimento, o encontro procura alinhar políticas que reforcem as cadeias de valor locais e aumentem a resiliência económica da África Austral.

Sob o lema escolhido, a Cimeira coloca no centro da agenda a necessidade de transformar matérias-primas em produtos de maior valor acrescentado, reduzindo a dependência das exportações em bruto e fomentando cadeias de valor regionais. Esta aposta visa não apenas acelerar a industrialização, mas também criar emprego, aumentar a competitividade e reduzir vulnerabilidades externas.

Para Moçambique, a agenda tem um significado particular. O país, que dispõe de vastos recursos naturais e uma posição estratégica como corredor logístico e energético, procura consolidar o seu papel de “hub” regional. A transformação agrícola surge igualmente como prioridade, tendo em vista não apenas a segurança alimentar, mas também o desenvolvimento de agroindústrias capazes de gerar exportações diversificadas.

Outro eixo central é a transição energética. Com projectos em curso no gás natural e nas energias renováveis, Moçambique apresenta-se como actor-chave para o futuro energético da região. A discussão em Antananarivo reforça a importância de alinhar políticas que atraiam investimento e favoreçam a integração regional no quadro da transição global para energias limpas.

Ao intervir na Cimeira, Chapo sublinhou a necessidade de “industrialização ancorada em cadeias de valor regionais, aproveitando recursos internos para gerar riqueza, reduzir importações e promover um desenvolvimento sustentável e inclusivo”.

A 45.ª Cimeira da SADC ocorre num contexto em que a África Austral enfrenta choques externos — desde volatilidade de preços das matérias-primas até às pressões da transição energética global. O debate sobre industrialização, agricultura e energia não é apenas programático, mas traduz-se num imperativo de sobrevivência e competitividade.

Para Moçambique, os resultados da Cimeira poderão consolidar uma agenda económica mais robusta, orientada para diversificação, integração regional e captação de investimentos estratégicos. O sucesso desta estratégia determinará a capacidade do país em converter recursos naturais e posição geográfica em motor de desenvolvimento sustentável e em contributo para a auto-suficiência da região.

Fonte: O Económico

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