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Saturday, October 4, 2025
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OMS diz que 42 mil pessoas em Gaza têm lesões graves, com acesso limitado à reabilitação

Resumo

Cerca de 42 mil pessoas em Gaza sofreram ferimentos com consequências de longo prazo, sendo um em cada quatro crianças afetado, de acordo com a OMS. Lesões graves como amputações, danos permanentes e queimaduras sérias são comuns, aumentando a necessidade de serviços cirúrgicos e de reabilitação especializados. O sistema de saúde em Gaza está à beira do colapso, com apenas 14 hospitais parcialmente funcionais e escassez de serviços de reabilitação. A guerra resultou na perda de profissionais de reabilitação, afetando a capacidade de resposta. Além disso, as lesões têm um impacto significativo na saúde mental dos sobreviventes. A OMS destaca a importância da proteção dos profissionais de saúde, acesso a combustível e suprimentos, e a remoção de restrições para garantir cuidados adequados e serviços de reabilitação em Gaza.

Em meio ao conflito em Gaza, quase 42 mil pessoas sofreram ferimentos com consequências para toda a vidade acordo com as últimas estimativas da Organização Mundial da Saúde, OMS, divulgadas nesta quinta-feira.

Um em cada quatro desses ferimentos afeta crianças.

A Missão da ONU no Hospital Al Ahli está entregando suprimentos essenciais e combustível, ao mesmo tempo que facilita a evacuação de pacientes
OMS

A Missão da ONU no Hospital Al Ahli está entregando suprimentos essenciais e combustível, ao mesmo tempo que facilita a evacuação de pacientes

Desfiguração, incapacidade e estigma social

Danos permanentes representam um quarto de todas as lesões relatadas, de um total de 167.376 pessoas feridas desde outubro de 2023. Mais de 5 mil pessoas passaram por amputação.

Outras lesões graves também são generalizadas. Foram identificados mais de 22 mil ferimentos em braços e pernas, cerca de 2 mil na medula espinhal, 1,3 mil no cérebro e mais de 3,3 mil queimaduras sérias.

De acordo com a OMS, esse quadro aumenta ainda mais a necessidade por serviços cirúrgicos e de reabilitação especializados.

O relatório também destaca a prevalência de lesões faciais e oculares complexas, especialmente entre os pacientes listados para evacuação médica fora de Gaza, condições que muitas vezes levam à desfiguração, incapacidade e estigma social.

A análise atualizada baseia-se em dados de 22 Equipes Médicas de Emergência apoiadas pela OMS, do Ministério da Saúde de Gaza e dos principais parceiros de saúde, fornecendo uma imagem mais abrangente das necessidades de reabilitação como resultado de lesões traumáticas graves.

Sistema de saúde “à beira do colapso”

A agência da ONU afirma que à medida que novas lesões aumentam, o sistema de saúde está “à beira do colapso”. Apenas 14 dos 36 hospitais de Gaza permanecem parcialmente funcionais.

Menos de um terço dos serviços de reabilitação pré-conflito estão operando, com vários perante o fechamento iminente. Nenhum está totalmente funcional, apesar dos esforços dos paramédicos e parceiros de saúde.

A guerra arrasou a força de trabalho de reabilitação. Gaza já teve cerca de 1,3 mil fisioterapeutas e 400 terapeutas ocupacionais, mas muitos foram deslocados e pelo menos 42 foram mortos até setembro de 2024, de acordo com o relatório.

Apesar do grande número de amputações, Gaza tem apenas 8 protéticos para fabricar e colocar membros artificiais.

Famílias em Gaza vivem em tendas entre as ruínas de suas antigas casas
Unicef/Mohammed Nateel

Famílias em Gaza vivem em tendas entre as ruínas de suas antigas casas

Impacto de saúde mental

O representante da OMS no território palestino ocupado, Richard Peeperkorn, afirmou que a reabilitação “é vital não apenas para a recuperação de traumas, mas também para pessoas com condições crônicas e deficiências, que não estão refletidas neste relatório”.

Ele ressaltou que “deslocamento, desnutrição, doenças e falta de produtos médicos significam que a verdadeira carga de reabilitação em Gaza é muito maior do que os números apresentados”.

As lesões relacionadas ao conflito também têm um profundo impacto na saúde mental, pois os sobreviventes lutam contra traumas, perdas e sobrevivência diária, num contexto em que os serviços psicossociais permanecem escassos.

A OMS, os paramédicos e outros parceiros de saúde permanecem em campo, trabalhando para atender às necessidades urgentes de saúde.

Mas para garantir o acesso aos cuidados e ampliar os serviços, incluindo a reabilitação, o relatório destaca que deve haver proteção dos profissionais, acesso irrestrito a combustível e suprimentos e a remoção de restrições à entrada de itens médicos essenciais, incluindo dispositivos auxiliares. 

Fonte: ONU

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