Fonte: O País
Menores trocam aulas por garimpo em Manica

Os petizes, na sua maioria com idades entre 6 e 15 anos, diariamente acorrem às zonas de extração de ouro.
Raimundo Charles, de 9 anos, é um dos rostos da mineração artesanal na região. É um dos guedjas, uma expressão local para se referir aos garimpeiros. Raimundo encontrou no ouro a fonte de sustento para si e sua família.
“Comecei há muito tempo. Estou à procura de dinheiro, para comprar e comida, para nos podermos alimentar”, disse.
Já Moisés Timóteo está há três anos na mineração e diz que a actividade é bastante lucrativa. O pequeno José lavou areia correspondente a duas pás. Encontramo-lo num ponto de compra e venda de ouro. Diz que o dinheiro é suficiente para ter dinheiro de uma refeição.
Manuel Miquicene, 14 anos de idade, estava em trabalhos de manutenção de uma pequena moagem de areia, para extração de ouro. Há um ano que se dedica a mineração. Com o dinheiro que consegue da venda de ouro ajuda nas despesas de casa.
O director distrital de Educação, juventude e tecnologia de Vanduzi diz que não é apenas a escola básica de Pungue Sul onde alunos trocaram a escola pelo ouro. Contudo, afirma que já há acções em curso para devolver as crianças no seu lugar, aliás nas escolas.
A psicóloga Nicia Dzimba alerta que ao abandonar a escola, os menores de hoje serão homens sem qualificação académica no futuro, o que lhes levará a frustração.
No terreno, a narrativa das autoridades governamentais de que a mineração artesanal não representa perigo é desmentida, não só pela poluição ambiental, mas também pelo impacto na Educação, a exemplo do que já ocorre em Vanduzi, onde o brilho do ouro começa a ofuscar as escolas.
Fonte: O País
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