Resumo
O Dia da Industrialização da África, proclamado pela ONU em 1989, destaca a importância de fortalecer estruturas industriais para gerar emprego, aumentar produtividade e diversificar economias. Este ano, as celebrações incluem a Semana da Industrialização de África em Kampala, Uganda, com o tema "Transformar a Economia de África através da Industrialização Sustentável, Integração Regional e Inovação". O secretário-geral da ONU, António Guterres, elogiou a determinação africana em construir economias resilientes e sustentáveis, destacando o crescimento de indústrias verdes lideradas por mulheres e jovens. Guterres alertou para desafios como alterações climáticas, endividamento e insegurança alimentar, defendendo uma reforma financeira global para alcançar a industrialização sustentável. A ONU destaca a industrialização como motor de transformação económica inclusiva em África, promovendo um futuro "verde e digital".
Este ano, as comemorações integram a Semana da Industrialização de África, realizada em Kampala, Uganda, entre 17 e 21 de novembro, sob o tema “Transformar a Economia de África através da Industrialização Sustentável, Integração Regional e Inovação”. O foco é: consolidar bases produtivas verdes, competitivas e inclusivas que permitam ao continente avançar rumo aos objetivos da Agenda 2063 e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODS.
Mensagem do secretário-geral
Na sua mensagem oficial, o secretário-geral da ONU, António Guterres, elogiou a determinação africana em construir economias mais resilientes e sustentáveis, destacando o crescimento de indústrias verdes lideradas por mulheres e jovens.
Ele afirmou que a Zona de Comércio Livre Continental Africana está a abrir uma nova era de oportunidades, criando um mercado unificado capaz de impulsionar cadeias de valor regionais e prosperidade partilhada.
Mas alertou para os riscos que ameaçam o progresso: alterações climáticas, endividamento crescente e insegurança alimentar e energética.
Para Guterres, sem uma reforma urgente da arquitetura financeira global, incluindo alívio real da dívida, triplicação da capacidade de crédito dos bancos multilaterais e maior voz para países africanos nas decisões internacionais, a industrialização sustentável continuará fora do alcance. O secretário-geral afirma que o futuro industrial de África deve ser “verde e digital” e que “trabalhemos juntos para que o crescimento beneficie pessoas e planeta.”
Industrialização sustentável como motor de transformação
A industrialização continua a ser um pilar central para o desenvolvimento económico inclusivo no continente. Ao introduzir novas técnicas, equipamentos e capacidades laborais, a indústria cria emprego, dinamiza o setor privado e fortalece economias nacionais. Projetos ao longo das últimas décadas mostram que setores industriais com fortes ligações às economias domésticas podem reduzir a pobreza, estimular inovação e proteger países contra choques externos.
Eventos da Semana da Industrialização irão aprofundar estas prioridades, incluindo o 4.º Fórum Africano de Mulheres no Processamento e o 1.º Fórum Africano de Startups Juvenis, ambos dedicados a valorizar talento, atrair investimento e fortalecer cadeias de valor lideradas por mulheres e jovens, considerados motores essenciais do crescimento futuro.
O roteiro para uma África próspera, integrada e resiliente
Adotada em 2015, a Agenda 2063 define a visão de longo prazo para transformar África num polo global competitivo e sustentável. O roteiro continental assenta em sete aspirações e 20 prioridades, enfatizando crescimento inclusivo, integração económica, inovação tecnológica, governação democrática e direitos humanos.
A industrialização sustentável está no coração desse projeto, desde energias limpas até manufatura moderna, passando por cadeias de valor regionais integradas. Com a industrialização impulsionada pela Zona de Comércio Livre, pelo avanço tecnológico e por uma juventude altamente empreendedora, a Agenda 2063 e os ODS surgem como agendas complementares, ambas orientadas para um futuro mais inclusivo num planeta saudável.
Inovação e integração regional
As comemorações deste ano reforçam que o futuro económico do continente depende da capacidade de transformar ideias em indústrias competitivas e de construir mercados regionais robustos. A inovação, tecnológica, social e ambiental, é vista como instrumento essencial para modernizar setores tradicionais, criar novas oportunidades de emprego e atrair investimento sustentável.
Ao mesmo tempo, o aprofundamento da integração regional, com circulação ampliada de bens, serviços e conhecimento, é apontado como catalisador para a criação de cadeias de fornecimento africanas mais fortes e competitivas.
A mensagem global é inequívoca: com políticas industriais sustentáveis, reformas financeiras globais e colaboração entre governos, setor privado e sociedade civil, África pode transformar o seu potencial económico em prosperidade real; e fazê-lo de forma que beneficie tanto as pessoas como o planeta.
Fonte: ONU






