Resumo
Negociações prolongadas entre Moscovo e Kiev mantêm risco geopolítico elevado. O mercado aguarda decisão da OPEP+ sobre níveis de produção. WTI retoma operações após falha técnica nos EUA. Contratos de Brent para Janeiro recuaram ligeiramente para USD 63,15 por barril, enquanto contrato de Fevereiro negociava a USD 62,70. Analista John Evans da PVM Oil Associates descreve o mercado como hesitante devido à incerteza sobre sanções à Rússia e possibilidade de acordo futuro. Nos EUA, futuros do WTI reabriram a USD 58,90 por barril após falha técnica. Contratos de petróleo encaminham-se para o quarto mês consecutivo de perdas, o ciclo mais longo desde 2023, devido à expectativa de excedente global de oferta. Margens de refinação fortes em alguns mercados não têm sido suficientes para contrariar a pressão negativa nos preços.
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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>Negociações prolongadas entre Moscovo e Kiev mantêm risco geopolítico elevado, enquanto o mercado aguarda a decisão da OPEP+ sobre níveis de produção. WTI retoma operações após falha técnica nos EUA.
Mercado Em Suspenso: Geopolítica vs. Perspectivas de Oferta
O mercado petrolífero iniciou o dia sem direcção definida. Os contratos de Brent para Janeiro — que expiram hoje — recuaram ligeiramente 0,3%, para USD 63,15 por barril, enquanto o contrato de Fevereiro negociava a USD 62,70, uma queda de 17 cêntimos.
A ausência de movimento significativo é explicada pelo equilíbrio entre dois factores:
O analista John Evans, da PVM Oil Associates, caracteriza o sentimento como hesitante:
“O mercado está preso entre não haver alívio imediato das sanções à Rússia e a possibilidade de um acordo futuro, por mais lento que seja o processo.”
WTI Retoma Negociação Após Falha Técnica nos EUA
Nos Estados Unidos, os futuros do West Texas Intermediate (WTI) reabriram a USD 58,90 por barril, uma subida de 0,43% em relação ao fecho de quarta-feira.
A negociação ficou suspensa devido a uma falha operacional num centro de dados da CyrusOne, que afectou o sistema da CME Group. O incidente impediu a liquidação normal na quinta-feira, coincidindo com o feriado do Dia de Acção de Graças.
Quatro Meses de Perdas: O Mais Longo Ciclo Desde 2023
Apesar da estabilidade desta semana — ambas as referências acumulam ganhos superiores a 1% — os contratos caminham para o quarto mês consecutivo de perdas, a mais longa série negativa desde 2023.
O elemento dominante é a expectativa de excedente global de oferta, que tem sido suficiente para neutralizar factores de suporte, como a procura sazonal por combustível.
O analista Janiv Shah, da Rystad Energy, explica:
“As margens de refinação estão fortes em alguns mercados, mas a perspectiva de um excedente de petróleo está a pressionar os preços.”
OPEP+ Deve Manter Produção Inalterada
Segundo fontes internas citadas pela Reuters, a OPEP+ deverá manter os níveis de produção nas reuniões de domingo e avançar com um mecanismo para avaliar a capacidade máxima futura de cada membro.
Este sinal de continuidade procura evitar nova pressão descendente nos preços, num momento em que a Arábia Saudita deverá reduzir, pelo segundo mês, o preço oficial de venda do crude para a Ásia, para o nível mais baixo em cinco anos — resultado directo da abundância de oferta.
Expectativas para 2026: Previsões Revistas em Baixa
Um inquérito realizado pela Reuters a 35 economistas e analistas aponta para uma previsão média de USD 62,23 por barril para o Brent em 2026, uma descida face à projecção anterior de USD 63,15.
Apesar disso, o preço médio registado até agora em 2025 permanece significativamente superior, situando-se nos USD 68,80, segundo dados da LSEG.
Um Mercado Condicionado Pela Geopolítica e Pela Oferta
As variações desta semana reflectem um mercado dividido entre sinais mistos. Por um lado, a possível proximidade de um acordo entre a Rússia e a Ucrânia pressiona os preços para baixo; por outro, o ritmo lento das negociações impede qualquer reacção definitiva.
A isto soma-se uma expectativa de elevada oferta mundial, que deverá continuar a condicionar a evolução dos preços no curto prazo.
Fonte: O Económico






