Resumo
O Programa de Formação em Epidemiologia de Campo (FETP) de Moçambique completou 15 anos, focando-se no fortalecimento da investigação epidemiológica. A cerimónia de encerramento das coortes 9 (BED Plus) e 10 (com técnicos de vigilância distritais) destacou a importância da epidemiologia de campo para enfrentar pandemias e surtos. O evento contou com a graduação de 42 novos profissionais, reforçando a rede nacional de vigilância em saúde pública. Os trabalhos apresentados abordaram doenças como tétano neonatal, sarampo, cancro do colo do útero e lepra, esta última com um aumento recente de casos, apesar da meta de eliminação em 2008. Com estas coortes, o FETP Linha de Frente já formou 151 técnicos em todo o país, contribuindo para o fortalecimento da vigilância epidemiológica.
Falando no acto da abertura da cerimónia, o Delegado do Instituto Nacional de Saúde na Província da Zambézia, Vánio Mugabe, assinalou que o país está num momento em que pandemias, surtos e outras ameaças à saúde exigem respostas céleres e eficazes, pelo que a epidemiologia de campo é indispensável, na medida em que permite adaptar abordagens, aplicar novas metodologias e utilizar tecnologias inovadoras para recolher, analisar e interpretar dados em tempo real.
“Esta cerimónia é realizada num momento em que o Governo reafirma o compromisso com o fortalecimento da capacidade de resposta aos principais desafios de saúde pública, através da formação de recursos humanos competentes e preparados”, disse.
Na ocasião, foram graduados 42 novos profissionais, que passam a integrar a rede nacional de vigilância em saúde pública.
Durante o encerramento, os graduados apresentaram trabalhos de investigação de sua autoria, desenvolvidas nas respectivas áreas de actuação, com foco nas doenças de notificação obrigatória, como tétano neonatal e sarampo, e doenças crónicas não transmissíveis, incluindo suspeitas de cancro do colo do útero e acidentes de viação.
Entre os trabalhos apresentados, destaca-se um, intitulado “Descrição de casos de lepra no distrito de Namarroi, de Janeiro a Julho de 2024 e 2025”, que chama atenção para o recente aumento de casos, apesar de o país ter alcançado a meta de eliminação da lepra como problema de saúde pública em 2008.
Com a conclusão das referidas coortes, o FETP Linha de Frente tem um total de 151 técnicos formados em todo o país, feito que fortalece a vigilância epidemiológica distrital e amplia a capacidade nacional de detectar precocemente, investigar e responder a ameaças de saúde pública.
O evento teve lugar na Direcção Provincial de Saúde da Zambézia, na cidade de Quelimane e foi testemunhado por quadros do INS, Departamento de Vigilância da Direcção Nacional de Saúde Pública, dos serviços e direcção provinciais de Saúde da Zambézia, e da Direcção Provincial de Agricultura, Ambiente e Pescas da mesma província, reforçando o caráter intersectorial da resposta em saúde pública.
Fonte: INS






