A relação entre o Estado e o cidadão constitui o eixo central de qualquer sistema democrático. Quando essa ligação se fragiliza, surgem dúvidas legítimas sobre a confiança nas instituições, o respeito pelos direitos fundamentais e a capacidade do poder público de responder às necessidades colectivas. Nos últimos anos, alguns episódios registados em períodos sensíveis, como campanhas eleitorais e momentos de convulsão social, têm reaberto o debate sobre a aproximação ou distanciamento entre o Estado e o cidadão.
Desta feita, em vários contextos, têm-se observado acções de repressão durante campanhas eleitorais, incluindo a dispersão de manifestações e abordagens policiais violentas que, mesmo quando justificadas por razões de segurança, acabam por gerar uma sensação de afastamento e desconfiança. Assim sendo, acredita-se que tais práticas podem, por vezes, levar o Estado a adotar posturas que contrariam o espírito democrático, afastando-se da população que deveria proteger e representar.
Paralelamente, há casos de falta de resposta institucional a problemas recorrentes na sociedade, bem como dificuldades verificadas em certas instituições públicas. A soma desses elementos alimenta a perceção de que existe uma barreira entre governantes e governados, especialmente nos momentos em que a participação cidadã deveria ser promovida e valorizada.
Por fim, é importante reconhecer que o Estado deu início a um diálogo nacional inclusivo como forma de criar um espaço de participação alargada. Esta iniciativa visa garantir que as vozes de todos os cidadãos, dentro e fora do território nacional, sejam ouvidas na construção de soluções partilhadas para o futuro do país e consequentemente aproximar o cidadão ao Estado.






