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Saturday, December 20, 2025
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CTA Defende Extensão Do Contrato Da Mozal Para Evitar Choque Industrial E Económico

Resumo

A Confederação das Associações Económicas de Moçambique propõe uma janela negocial de 6 a 12 meses para proteger empregos, cadeias locais e a industrialização, especialmente em relação à Mozal, uma importante unidade industrial do país. O setor privado defende a extensão dos contratos como medida de gestão de risco, permitindo negociações mais detalhadas e menos impacto económico. A CTA destaca a importância de evitar decisões precipitadas que possam afetar milhares de postos de trabalho e o ecossistema de Pequenas e Médias Empresas ligadas à fábrica. Além disso, salienta a necessidade de um preço competitivo de energia para manter a competitividade e estabilidade económica.

Empresariado Propõe Janela Negocial De 6 A 12 Meses Para Salvaguardar Emprego, Cadeias Locais E Industrialização

A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) acompanha com particular atenção os recentes desenvolvimentos em torno da Mozal, defendendo que o País deve evitar decisões precipitadas que possam resultar num choque industrial com efeitos macroeconómicos significativos. Para o sector privado, a prioridade passa por ganhar tempo negocial, preservando um activo estratégico enquanto se constroem soluções estruturais e equilibradas.

Mozal Como Pilar Industrial E Macroeconómico

A Mozal mantém-se como uma das principais unidades industriais do País e uma das maiores produtoras de alumínio em África. O seu peso na balança comercial, na estrutura industrial e na absorção de mão-de-obra directa e indirecta confere-lhe uma relevância que transcende o universo empresarial, projectando-se na estabilidade económica e social.

Na leitura da CTA, qualquer cenário de encerramento ou suspensão abrupta da actividade teria impactos imediatos sobre milhares de postos de trabalho e sobre um ecossistema de Pequenas e Médias Empresas que gravita em torno da fábrica, com riscos claros de falências em cadeia.

Extensão Contratual Como Instrumento Económico

Face a este enquadramento, o empresariado propõe a extensão do contrato por um período adicional de 6 a 12 meses, não como solução definitiva, mas como instrumento económico de gestão de risco. Esta janela permitiria negociações mais aprofundadas, com maior previsibilidade e menor custo económico para o País.

A CTA sublinha que decisões tomadas sob pressão temporal tendem a produzir resultados sub-óptimos, sobretudo quando estão em causa investimentos de grande escala, cadeias produtivas complexas e emprego industrial qualificado.

Energia Competitiva No Centro Da Equação

Um dos eixos estruturantes apontados pela CTA é a necessidade de um preço de energia competitivo, reconhecendo que o custo energético é determinante para a viabilidade da Mozal num mercado global altamente concorrencial.

A proposta empresarial enquadra o preço da energia num pacote mais amplo, evitando abordagens isoladas que poderiam comprometer a sustentabilidade financeira tanto da empresa como dos fornecedores de energia e do próprio Estado.

Industrialização A Jusante E Mercado Doméstico

A CTA introduz igualmente uma dimensão estratégica de longo prazo ao defender que pelo menos 40% do alumínio produzido seja disponibilizado ao mercado doméstico. Esta medida visa estimular a industrialização a jusante, criar novas cadeias de valor e reduzir a dependência de exportações primárias.

Num contexto em que Moçambique procura acelerar a diversificação produtiva, esta proposta articula-se com os objectivos de política industrial e com a necessidade de gerar maior valor acrescentado internamente.

Conteúdo Local E Cadeias De Fornecimento

Outro vector crítico destacado pelo sector privado prende-se com o aumento da participação de empresas locais na cadeia de valor da Mozal, incluindo fornecedores de bens e serviços. Para a CTA, o conteúdo local deve ser encarado como um instrumento económico e não apenas como uma exigência administrativa.

O reforço das ligações entre a Mozal e o tecido empresarial nacional permitiria maior retenção de valor na economia, desenvolvimento de capacidades produtivas e maior resiliência do sector industrial.

Risco De Choque Económico E Necessidade De Solução Equilibrada

A CTA alerta que a não renovação do contrato, sem uma solução de transição, poderia desencadear um choque económico com efeitos multiplicadores negativos, afectando emprego, receitas fiscais, confiança dos investidores e estabilidade do ambiente de negócios.

Neste sentido, o empresariado reafirma total disponibilidade para participar activamente nas negociações, defendendo uma abordagem que salvaguarde simultaneamente os interesses do Estado, dos investidores e da economia nacional.

Entre Gestão De Risco Industrial E Reconfiguração Do Modelo Económico

A posição da CTA revela uma leitura pragmática dos riscos em presença. A proposta de extensão temporária do contrato surge como uma ferramenta de mitigação de risco industrial e macroeconómico, permitindo evitar uma ruptura abrupta numa unidade com peso significativo na balança comercial, no emprego e nas cadeias produtivas nacionais.

Em paralelo, as propostas relacionadas com energia competitiva, industrialização a jusante e reforço do conteúdo local apontam para uma tentativa de reconfiguração do modelo de inserção da Mozal na economia moçambicana, procurando transformar um activo exportador intensivo em energia num vector mais integrado de desenvolvimento industrial.

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p style="margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial">Num contexto marcado por constrangimentos fiscais, pressão cambial e fragilidade do emprego formal, a forma como este dossiê for conduzido constituirá um teste à capacidade do País de equilibrar atracção de investimento, interesse público e transformação estrutural da economia, evitando soluções de curto prazo com custos elevados no médio e longo prazos.

Fonte: O Económico

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