Por: Gelva Anibal
Paredes rachadas, janelas quebradas e telhados em ruínas, é o que se ve nas esquinas do nosso belo Mocambique. Jazem pedaços de uma história que outrora foi motivo de orgulho nacional. Espalhados pelas cidades e zonas rurais de Moçambique, muitos edifícios, monumentos e espaços culturais encontram-se ao abandono, ameaçando apagar a memória coletiva de um povo que lutou por sua identidade.
O património cultural não é apenas pedra sobre pedra contruindo um novo dia, é símbolo, é memória, é identidade e representa os caminhos que nos trouxeram até aqui: as glórias, as lutas, as dores e os sonhos.
Cada património que se degrada leva consigo parte da identidade do país. Estes locais são testemunhos vivos das transformações políticas, sociais e culturais de Moçambique. São espaços onde se contaram histórias, onde se resistiu ao colonialismo, onde se fez arte e onde o povo se reconheceu como coletivo.
Perder esses patrimónios é como perder páginas de um livro que talvez nunca será reescrito. Um povo que abandona os seus monumentos, abandona parte de si.
Não exite futuro sem história.