Aleitamento Materno: DESMITIFICAÇÃO DO COLOSTRO

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Por Sara Seda:

(1 de agosto) Dia Mundial da Amamentação. É tempo de olhar com mais atenção para o colostro, o “primeiro leite”, e combater os mitos que ainda comprometem a saúde de milhares de crianças moçambicanas.

Em muitas comunidades de Moçambique, o nascimento de uma criança é celebrado com rituais, canções e esperanças. No entanto, entre essas tradições, ainda persiste uma prática preocupante: o descarte do colostro, o “primeiro leite” materno, rico em nutrientes e anticorpos essenciais para o recém-nascido.

Culturalmente, o colostro é, por vezes, visto como sujo, azedo ou “antigo”, sendo descartado devido a desinformação, medo ou por influência de mitos passados entre gerações. Consequentemente ele vai sendo substituído por água, chás ou papas logo nos primeiros dias de vida. Essa prática, embora enraizada em costumes locais, pode ter efeitos devastadores, especialmente quando o assunto é desnutrição crônica infantil, uma condição que afeta o crescimento físico e o desenvolvimento cognitivo de forma irreversível. O período mais crítico são os primeiros mil dias de vida, que começam ainda na gestação e seguem até os dois anos de idade. Nesse cenário, o aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses é reconhecido como uma das intervenções mais eficazes e de baixo custo para prevenir a desnutrição, fortalecer a imunidade e reduzir a mortalidade infantil.

O colostro é o primeiro leite produzido pela mãe nas primeiras horas após o parto. Rico em anticorpos, proteínas, vitaminas, minerais e fatores de crescimento, ele age como a primeira vacina natural do bebê. Além disso, é de fácil digestão e protege contra infeções gastrointestinais e respiratórias.

Desmistificar o colostro é, antes de tudo, um convite à valorização da vida desde seu início mais frágil e precioso. Em Moçambique, onde a cultura e a tradição dialogam com desafios de saúde pública, é fundamental que as comunidades reconheçam o colostro como o primeiro gesto de proteção e nutrição que toda criança merece.

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