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Alienação da LAM: CFM, Emose e HCB deverão avaliar a aquisição da participação do Estado

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O Governo autorizou a Empresa Moçambicana de Seguros (Emose), a Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) e os Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) a avaliarem a aquisição de 91% das acções do Estado nas Linhas Aéreas de Moçambique (LAM). A medida surge no contexto de um plano de reestruturação da companhia aérea, que enfrenta há anos dificuldades financeiras e operacionais.

A informação foi confirmada pelo porta-voz do Governo e Ministro da Administração Estatal e Função Pública, Inocêncio Impissa, durante uma conferência de imprensa em Maputo, onde foram apresentados os mais recentes desenvolvimentos sobre a operação.

Segundo Impissa, as empresas estatais envolvidas terão agora a responsabilidade de avaliar as suas condições para a aquisição das acções, bem como os modelos de financiamento para a compra. Ele destacou que o Estado tomou esta decisão após um estudo de viabilidade sobre os mecanismos necessários para revitalizar a LAM, tendo-se concluído que a entrada de capital estatal através das três empresas poderia ser uma solução mais viável do que a privatização total da companhia.

Fundos para a reestruturação e renovação da frota

A proposta de venda das acções tem como objetivo introduzir novos fundos na LAM, permitindo a reestruturação financeira da companhia e a aquisição de oito novas aeronaves. Nos últimos anos, a empresa tem enfrentado sérias dificuldades operacionais, chegando a operar com apenas duas aeronaves em determinados períodos.

Segundo o Governo, a decisão de vender a participação acionista para empresas públicas surge também após uma auditoria forense, que permitiu uma análise mais aprofundada das finanças da empresa e da viabilidade de diferentes cenários para a sua recuperação.

Monitoria e transparência no processo

O Ministro garantiu que o processo será conduzido com transparência, permitindo que todos os cidadãos acompanhem e monitorem os próximos passos da transacção. A viabilização do negócio será acompanhada por um conjunto de medidas de controlo e supervisão, uma vez que a operação está a gerar debate na sociedade e entre analistas económicos.

A LAM tem enfrentado uma crise financeira profunda nos últimos 10 anos, marcada por alegações de corrupção na aquisição de serviços e pelo acumular de dívidas superiores a 230 milhões de dólares junto de fornecedores.

A possibilidade de transferência da participação accionista da LAM para empresas públicas moçambicanas abre uma nova fase no processo de recuperação da companhia aérea. O grande desafio será garantir que a operação resulte em ganhos operacionais concretos e que a injecção de fundos contribua para garantir a sustentabilidade financeira da empresa a longo prazo.

A grande questão que se coloca agora é: esta solução será suficiente para revitalizar a LAM ou será apenas um paliativo para um problema estrutural mais profundo?

Fonte: O Económico

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