João Silva, ponta de lança com carreira longa e em muitos países, jogou e partilhou quarto com o reforço das águias no Palermo
O ponta de lança João Silva, de 34 anos, e que, livre de contrato, assinou nesta janela de mercado de inverno pelo Felgueiras, tem uma carreira cheia. Representou CD Aves, Desportivo das Aves, assinou pelo Everton e esteve emprestado a UD Leiria e V. Setúbal, saltou para o Levski de Sófia, Bari, Palermo, Paços de Ferreira, Avelino, Salernitana, Feirense, Nantong Zhyun, Zibo Cuju, Hebei FC (China), Estrela da Amadora, Ionikos (Grécia), Al-Ahli (Bahrain) e Felgueiras.
Foi no Palermo, em 2014/2015, que o percurso de João Silva se cruzou com o de Andrea Belotti, ponta de lança internacional italiano que o Benfica contratou e inscreveu no último dia de mercado. Belotti, de 31 anos, chegou por empréstimo do Como até ao final desta época e o Benfica suporta os salários do jogador até ao verão, €1,5 milhões líquidos.
«É um rapaz humilde, muito trabalhador, que fisicamente trabalha muito no campo. Como ponta de lança, é muito oportunista. No Palermo, estive com Belotti no ano em que o Dybala [avançado atualmente do plantel da Roma] explodiu, partiu tudo, e ele não teve muito espaço. Mas quando chegou ao Torino calou muita gente que o achava um pouco desconjuntado. Fez muitos golos», recorda João Silva, que acredita que o antigo companheiro pode «ter sucesso» no Benfica e no futebol português. «Talvez com o apoio de outro avançado ao pé dele possa render mais», acredita.
João Silva da opinião que se trata de um ponta de lança «diferente» de Pavlidis [ponta de lança grego que chegou aos encaranados esta época e tem sido o habitual titular], mais «número 9», embora «também goste de se movimentar, de atacar o espaço», garante o português. «Talvez não seja tão elegante como o Pavlidis, mas é muito agressivo no ataque à bola, ao espaço, e na finalização, remata com facilidade, com o pé direito e também com o pé esquerdo», detalha João Silva.
«Belotti é um gladiador e em Itália calou muita gente, quando chegou ao Torino e começou a marcar muitos golos. Tem muita vontade, muita energia, que coloca no campo e na forma como luta por cada lance. E mete a bola dentro da baliza, que no fundo é o que importa», sublinha.
O português, no Palermo, partilhava quarto com o reforço benfiquista nos estágios e pessoalmente tem a dizer o melhor de Belotti. Fala de uma «concorrência» muito saudável pela posição e de um «bom rapaz», que nunca «levantava problemas». «Integrava-se bem no balneário e, como já teve companheiros portugueses e brasileiros, já falava alguma coisa em português. Era jogador da seleção de sub-21 de Itália, já de Serie A, por isso ganhou mais espaço que eu. Depois saltou para o Torino e foi o que se viu. Pode ter sucesso no Benfica», aponta João Silva.
Belotti chega à Luz com experiência de clubes como Roma e Fiorentina, além de Torino e Como. Tem igualmente um trajeto sólido na seleção de Itália — 44 jogos e 12 golos.
Esta época teve pouca utilização no Como — 19 jogos, dois golos — e assinou pelo Benfica com muita ilusão. «O Benfica é uma equipa que ataca muito. E isso poderá facilitar a minha tarefa de estar em posição para marcar golos. O Benfica é um clube que quer ganhar tudo e entra em todos os jogos para ganhar. Por isso, a decisão de vir para cá tem tudo para ser a melhor para mim», disse Belotti na BTV, segunda-feira, quando foi oficializado pelos encarnados.
«Vou fazer tudo para sermos felizes juntos. Para dar-vos muitas alegrias e para celebrarmos muitos troféus juntos», disse ainda o novo camisola 19 do Benfica.
Fonte: A Bola