Nascido para o futebol a vestir o azul do Carregado, em Lisboa, Pedro Ganchas vive os primeiros capítulos no estrangeiro, no frio cortante da Dinamarca. O defesa central formado pelo Benfica – onde capitaneou a equipa B – deixou Paços de Ferreira no verão, rumando ao Silkeborg, 7.º classificado da Liga e emblema que ambiciona revalidar a conquista da Taça, além de espreitar para a Europa.
No «clube do coração», o defesa partilhou balneário com jogadores que subiram à equipa principal e cimentam posição sob ordens de Bruno Lage. Ao Maisfutebol, Pedro Ganchas, de 24 anos, analisa a época do Benfica, aposta fichas numa «campanha muito bonita» na Champions e aponta ao futuro de dois amigos.
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Parte III – «Cresci a ver o Nico Gaitán no Benfica, partilhei balneário com um ídolo»
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Maisfutebol: Na equipa B do Benfica partilhou balneário com Tomás Araújo, Tiago Gouveia e Florentino. Quem são estes jogadores?
Pedro Ganchas: O Tino fez a transição para a equipa principal, não acompanhei de perto. No patamar da equipa B, o funil estreita, tornando-se claro quem tem capacidade para subir à equipa principal. Tanto o Tomás como o Tiago se destacaram rapidamente. O Tomás ainda foi emprestado ao Gil Vicente – e o Gouveia ao Estoril – o que se revelou muito importante. Agora estão a agarrar as oportunidades. Este passo no percurso deles é natural, sobretudo pelo que fizeram na formação. Fico muito feliz, estou a torcer por eles.
MF: Como é fazer parelha com Tomás Araújo?
PG: Há um jogo para a II Liga, em casa, contra o Casa Pia [em fevereiro de 2021], no qual cometo um erro tenebroso. Perco a bola, o avançado finta o Svilar, mas o Tomás salva em cima da linha. Na segunda parte, fiz o 2-0, de cabeça. Depois de ele me salvar, compensei com o golo. Vivemos vários momentos marcantes.
MF: Quem são Tomás Araújo e Tiago Gouveia fora do campo?
PG: Dois miúdos incríveis, muito educados, com uma postura incrível, amigos do amigo, mas com personalidades distintas. O Gouveia é mais extrovertido – o “palhacinho” – o Tomás é mais sério, rigoroso e introvertido. São duas pessoas excecionais, com as quais mantenho contacto.
MF: Como analisa o desempenho de Tomás Araújo a lateral?
PG: Não fico surpreendido. O Tomás sempre foi versátil. Prefiro-o a defesa central, mas jogou a lateral – e até a 6 – na equipa B. Além disso, é rápido e não compromete nas tarefas defensivas e ofensivas na linha.
MF: Quanto ao Benfica, que considerações faz sobre a época em curso?
PG: Houve uma grande mudança desde a entrada do mister Bruno Lage. Apesar de alguma inconsistência – o que suscita preocupação – o contexto melhorou. O Benfica tem tudo para conseguir uma reta final de Liga positiva. E acredito numa campanha muito bonita na Champions. Continuam em todas as competições e conquistaram a Taça da Liga, portanto não se justifica avaliar o percurso como medíocre ou mau. Está tudo em aberto. Se continuarem a crescer, se ajustarem alguns pormenores, o Benfica vai ser campeão. E sem esquecer a Taça de Portugal.
Prossiga para a terceira parte desta conversa.
Fonte: CNN Portugal