Num jogo com apenas noventa minutos, a arbitragem teria sido muito boa
João Pinheiro voltou a ser nomeado para um dos clássicos maiores do futebol português.
Segue análise técnica aos lances mais relevantes do encontro entre FC Porto e Sporting:
2′ Cruzamento de Quenda foi desviado pelo peito e depois mão direita de Zé Pedro, sobre a linha limite da sua área. Ainda assim, o ponto de contacto foi irrelevante: o central do FC Porto não fez qualquer gesto irregular/evitável nem levou o braço na direção do esférico. Lance bem analisado.
9′ Harder usou o braço esquerdo para tentar proteger a bola que iria receber mas abriu-o demasiado, atingindo o rosto de Zé Pedro de forma negligente (ficou a sangrar do nariz). A infração justificava advertência. O árbitro não teve essa perceção.
19′ Indiscutível o cartão amarelo exibido a Rodrigo Mora: o jogador travou a progressão de Maxi Araújo apenas para o impedir de avançar para zona adiantada do terreno.
42′ Golo inaugural da autoria de Fresneda, após assistência de Quenda. No início da jogada, o extremo do Sporting dominou a bola sem que esta ultrapassasse por completo a linha lateral.
49′ Alan Varela pisou o pé de Hjulmand de forma negligente. Faltou a advertência.
52′ Tiago Djaló parece ter atingido Harder com a mão/braço, dentro da sua área, quando a bola não estava em jogo. As imagens não foram conclusivas. João Pinheiro estava perto e optou por avisar os jogadores.
55′ Remate de Pepê terminou, após alguns ressaltos, no braço de Diomande. O contacto, dentro da área dos visitados, foi inesperado e sem responsabilidade do central. Bem o árbitro.
58′ Golo bem anulado ao FC Porto por fora de jogo ativo de Tiago Djaló. O central estava adiantado quando Samu cabeceou a bola na sua direção. Decisão acertada do árbitro assistente.
65′ Mora levou com a bola na cara e caiu, sem infração nas costas de Hjulmand. Lance legal.
67′ Entrada fora de tempo, a varrer, de Maxi Araújo sobre João Mário, podia ter-lhe valido o amarelo. O uruguaio foi advertido minutos mais tarde, por sucessão de infrações.
74′ Tiago Djaló arriscou mais, porque fez esticar a camisola de Gyokeres. O avançado do Sporting também tentou proteger a sua posse de bola, colocando a mão direita no braço do adversário. A queda posterior não pareceu determinada pelo contacto efetuado pelo central do FC Porto. Esteve bem a equipa de arbitragem ao nada assinalar.
90+4′ Foi legal o golo do empate, marcado por Danny Namaso. O jogador inglês estava atrás da linha da bola quando Samu fez a assistência. Também o espanhol estava em jogo. Muito bem o árbitro assistente.
90 +5′ É certo que Zé Pedro tocou na bola com o pé direito, mas também é verdade que, fruto de abordagem em tacle e com velocidade, atingiu com a perna de trás o pé direito do adversário. O contacto foi impetuoso ao ponto de causar torção que podia ter originado lesão grave. Nestes casos o facto do jogador (também) tocar na bola não anula a existência de infração imprudente ou negligente. Na nossa opinião, a entrada foi faltosa.
90+5′ Matheus Reis foi bem advertido por protestos evidentes junto do árbitro. Pouco depois o lateral viu o segundo amarelo por “pedir” revisão do VAR, numa decisão tecnicamente válida mas que, na circunstância e contexto, poderia teria sido gerida. O árbitro não terá tido noção que se tratava de segunda advertência.
90+8′ Diomande fez o suficiente para ver “um ou mais amarelos”, fruto de várias condutas antidesportivas sucessivas em relação a Fábio Vieira. Mas o contacto “cabeça na cabeça”, totalmente irrefletido é certo, originou um vermelho direto que pareceu mais potenciado pela queda teatralizada do que pelo momento em si.
NOTA – 4
Fonte: A Bola