Ouro Recua Após Máximos Históricos com Traders a Realizarem Lucros

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Os preços do ouro registaram uma ligeira queda esta segunda-feira, após terem atingido máximos históricos na última semana, com investidores a aproveitarem para realizar lucros. O mercado agora concentra-se na divulgação dos próximos dados de inflação dos Estados Unidos, que serão determinantes para a trajectória da política monetária da Reserva Federal.

O ouro à vista desceu 0,4%, situando-se nos 2.925,63 dólares por onça, às 02h04 GMT, enquanto os futuros do ouro nos EUA recuaram 0,5%, para 2.939,30 dólares por onça. Na última quinta-feira, o metal precioso registou um novo máximo histórico ao alcançar os 2.954,69 dólares por onça.

“O ouro não conseguiu capitalizar completamente o ambiente geral de aversão ao risco, uma vez que os movimentos de tomada de lucro compensaram qualquer aumento da procura por activos refúgio”, explicou Tim Waterer, analista-chefe de mercados da KCM Trade.

Apesar da correcção, Waterer afirmou que, devido às persistentes incertezas no comércio global, o ouro ainda pode atingir novos recordes históricos esta semana.

Impacto das Políticas Comerciais dos EUA

Os investidores estão atentos às recentes declarações do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que anunciou novas tarifas a serem aplicadas nos próximos meses. O governo norte-americano já implementou um imposto adicional de 10% sobre importações da China, bem como tarifas de 25% sobre aço e alumínio. Agora, Trump planeia expandir as tarifas para automóveis, semicondutores, produtos farmacêuticos e madeira.

Estas medidas aumentam as preocupações com a inflação e o crescimento económico global, o que pode influenciar a procura por ouro como activo de protecção.

Perspectivas para a Reserva Federal

Os analistas monitorizam de perto as decisões da Reserva Federal (Fed), uma vez que a manutenção de taxas de juro elevadas pode reduzir a atractividade do ouro, que não gera rendimento.

O foco do mercado está agora no índice PCE (Personal Consumption Expenditures), o indicador de inflação preferido pela Fed, que será divulgado na próxima sexta-feira. Se os dados indicarem uma pressão inflacionária persistente, a Fed poderá manter uma postura mais restritiva, o que poderá limitar a valorização do ouro.

Geopolítica Também Influencia Mercado

No cenário internacional, Trump surpreendeu os mercados ao reverter a sua posição sobre a guerra na Ucrânia, afirmando que a Rússia, de facto, invadiu a Ucrânia. O presidente indicou ainda que Kiev está prestes a assinar um acordo mineral com os Estados Unidos, como parte dos esforços para encerrar o conflito.

Os investidores continuarão atentos a estes desenvolvimentos, uma vez que tensões geopolíticas elevadas tendem a impulsionar a procura por ouro como activo de refúgio. No entanto, caso um acordo seja concretizado, o apetite pelo metal precioso poderá diminuir.

Apesar do recuo no preço do ouro, os fundamentos de longo prazo continuam a apontar para uma procura elevada, impulsionada pelas incertezas económicas e geopolíticas. Se a inflação nos EUA permanecer elevada e a Fed adoptar uma postura mais agressiva, o ouro poderá enfrentar alguma resistência. No entanto, se os riscos globais persistirem, os investidores poderão voltar a apostar no metal precioso, levando-o a novos máximos históricos.

Fonte: O Económico

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