O treinador do Benfica fez antevisão ao jogo com o Mónaco, para a UEFA Champions League, da segunda-mão do ‘play-off’ de acesso aos oitavos de final
Que tipo de Mónaco espera? Mais ofensivo?
Mais importante do que qual o tipo de Monaco é que tipo de Benfica. É um Benfica que não pode pensar nas duas vitórias anteriores com o Mónaco, nem jogar em função do resultado. A nossa determinação tem de ser fazer um grande jogo, estarmos na nossa melhor versão de Champions e fazer o resultado que nos permita seguir em frente na prova. É esse o nosso objectivo e seria muito importante, quer para nós, porque seguiremos em frente, quer para o clube, pelo prestígio internacional.
Antes do jogo com o Santa Clara disse que alguns jogadores iam jogar no limite. Quais eram esses jogadores?
No limite por não termos o tempo mínimo de recuperação entre os jogos. Já a jogar é um risco para qualquer jogador se lesionar, não havendo esse tempo de recuperação qualquer jogador, seja do Benfica, ou outra equipa qualquer, nacional ou internacional, está numa situação que por fadiga, por excessos de jogos ou por acumulação de carga, pode estar sujeito.
Em alguma das páginas do seu caderno definiu alguma das competições como prioritária, até porque tem muitos lesionados no plantel?
Não podemos pensar dessa forma. Independentemente de trazer o caderno ou não, há um caderno que fala mais alto que o meu, que é o caderno desde 1904, que nos diz que a Benfica tem que dar sempre uma boa resposta a cada momento. Agora, o momento é de Liga dos Campeões e nós temos de apresentar o melhor onze para seguirmos em frente na prova.
O Tomás Araújo está em condições para jogar amanhã?
O Tomás está disponível para o jogo, treinou com a equipa.
Pode voltar a utilizar o esquema tático, com o posicionamento diferente de alguns jogadores, que usou no último jogo com o Santa Clara?
Nós já tínhamos repetido aquele sistema tático muitas vezes no passado. Por isso, podemos repetir a qualquer momento. Já o repetimos várias vezes em jogos desde que cá estamos, inclusive até com o Santa Clara.
Na última jornada da Liga o Benfica voltou a ficar apenas dependente de si para chegar à liderança do campeonato. Isso dá-lhe motivação?
O mais importante é nós dependermos de nós próprios. Mas, o mais importante é o foco total no jogo com o Mónaco.
Que plano que tem para o Prestianni, uma vez que o jogador não foi convocado na última jornada nem para a equipa A, nem para a equipa B? Quem vai jogar no meio-campo com o Barreiro e o Kokçu?
Amanhã vou informar os jogadores sobre o onze e sobre isso não vou responder agora. Nós acabámos de ouvir um jogador de 24 anos a falar sobre o plano dele. Que o jogo defensivo dele, se iguale ao ofensivo. É o plano dele. Eu tenho um plano para toda a gente e tenho também para o Prestianni. Agora, temos imensos jogadores, não podemos fazer tudo ao mesmo tempo. Temos também um plano para o Schjelderup, que neste momento está a jogar. O Benfica contratou um jovem talentoso, de 18 anos, que não foi para um ano, foi para 4 ou 5 anos. Temos esse espaço no tempo e todos têm de ter paciência. Na mesma linha do Prestianni podia fazer-me a mesma pergunta, sobre três meninos, que já são homens, da nossa academia. O Leandro, o João Rego e Nuno Félix. Por isso, todos eles estão disponíveis para jogar.
Se o Benfica vencer vai igualar o melhor registo ofensivo de seis vitórias consecutivas, que consgeuiu na primeira passagem. Mas, são quatro pela margem mínima e da outra vez habituou os benfiquistas a muitos golos. O que tem faltado?
O mais importante é nós criarmos as oportunidades de golo. Isso é que tem de ser o nosso trabalho. Continuar a dar motivação a todos os nossos jogadores e a ter a qualidade necessária. Fazemos para a equipa e é o que nós temos vindo a fazer. É fazermos aquilo que fizemos com o Pavlidis e depois temos de continuar a trabalhar.
Há coisas que se controlam e depois há as coisas que não se controlam. Onde é que estava quando há instantes sentimos um sismo e o que é que lhe passou pela cabeça?
Você agora… (risos) se disser aqui o que é que disse ao Lemos [assessor de imprensa] Iá nas escadas e uma porta de vidro começou a abanar, disse-lhe «temos de mandar arranjar a porta»… (risos), só quando cheguei aqui é que percebi o que tinha acontecido…
O Tomás Araújo vai jogar no eixo da defesa ou encostado à direita e o Aursnes é opção para o jogo?
Nós temos o departamento médico a trabalhar nas próximas 24 horas para termos os jogadores disponíveis e depois decidirmos. Não vejo que haja grande preocupação com o António [Silva] e com o Tomás. Eles podem estar disponíveis para o jogo porque estiveram no treino.
O Benfica tem sido mais forte fora de casa, do que em casa. Em quatro jogos só ganhou um. Isso também é sinal de alguma preocupação, ou de algum aviso, para esta segunda mão?
Isto é futebol. A sua pergunta faz-me recordar a primeira pergunta aqui, de uma colega sua, quando nós jogámos o jogo com o Estrela Vermelha, que enquanto treinador do Benfica não tinha vitórias fora na Liga dos Campeões. Agora, oito jogos depois estamos com o inverso. É futebol. O que é importante é nós estarmos concentrados, focados e determinados em fazer um grande jogo e seguir em frente à prova.
O Benfica e o Sporting são, entre as equipas que passaram na Liga dos Campeões, das mais sobrecarregadas em termos de jogos. São também duas equipas que estão a ser altamente fustigadas por lesões neste mês. É mera infelicidade?
Acho que tem sido sempre transversal. O Fabrízio Romano entre janeiro e fevereiro tem apresentado mais lesões do que novas contratações.
Fonte: A Bola