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Wednesday, October 8, 2025
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Cancros da mama e do colo do útero matam mais de quatro mil mulheres por ano no país

Resumo

Em Moçambique, mais de 4.800 mulheres morrem anualmente de cancro da mama e do colo do útero, devido ao diagnóstico tardio e falta de tratamento eficaz. O país regista cerca de 7.400 casos por ano, com 5.400 de cancro do colo do útero e 2.000 de cancro da mama, resultando em cerca de 4.000 mortes e 800 mortes, respetivamente. Graça Machel apelou à urgência de expandir os meios de diagnóstico, tratamento e prevenção, especialmente em áreas rurais. Histórias como a de Felicidade e Cristência destacam a importância do acesso a cuidados de saúde. A Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade enfatiza a educação e mobilização comunitária, enquanto o Programa Nacional de Controlo do Cancro destaca a necessidade de investir em recursos humanos e técnicos para garantir diagnósticos precoces e tratamento acessível em todo o país.

Em Moçambique, mais de 4.800 mulheres morrem todos os anos vítimas dos cancros da mama e do colo do útero. As duas doenças são a causa de novas vítimas, num país onde o diagnóstico tardio e a falta de acesso a tratamento eficaz ainda são a principal causa de mortes.

De acordo com dados avançados nesta terça-feira, em Maputo, pelo Programa Nacional de Controlo do Cancro, o país regista, anualmente, cerca de 7.400 casos destas doenças.

Só o cancro do colo do útero representa 5.400 novos casos e cerca de 4.000 mortes por ano, enquanto o cancro da mama atinge cerca de 2.000 mulheres, das quais 800 não sobrevivem.

Durante uma mesa-redonda organizada pela Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC) e parceiros, a PCA, Graça Machel lançou um forte apelo às mulheres. “Estamos diante de uma emergência nacional e global. O cancro está a dizimar as nossas mulheres. Não podemos continuar a encarar esta realidade com indiferença ou de ânimo leve”, alertou.

Machel defende a expansão urgente dos meios de diagnóstico, tratamento e prevenção, sobretudo nos centros de saúde mais distantes dos grandes centros urbanos. “Não se trata apenas de cuidar, mas de salvar vidas. Precisamos garantir que nenhuma mulher morra por falta de acesso a um exame ou a um tratamento que já existe”, afirmou.

Histórias como a de Felicidade, de 51 anos, mostram o impacto humano por detrás das estatísticas. Diagnosticada com cancro da mama, ela enfrenta a doença com coragem. “Apeguei-me à minha fé e ao apoio da minha família. Não é fácil, mas sigo firme, quando recebi a informação fiquei abalada, pensei que fosse o fim do mundo, mas estou a tomar a doença como málaria”, conta.

Cristência Fernando vive uma realidade semelhante. Foi diagnosticada com cancro do colo do útero depois de meses de incerteza e sofrimento. “Passei por várias fases de dor até saber o que realmente tinha. Foi um processo longo e angustiante”, relata.

Apesar dos desafios, Cristência deixa uma mensagem de encorajamento: “A todas as mulheres, digo que procurem ajuda a tempo, não desistam. E ao Ministério da Saúde, peço que melhorem o sistema. Precisamos de diagnósticos precoces e acesso aos tratamentos.”

Na linha da prevenção, a FDC reforça o papel da educação e da mobilização comunitária. Segundo Graça Machel, a instituição conta com mais de 4.700 agentes em todo o país, responsáveis por levar mensagens de sensibilização às comunidades mais remotas.

A chefe do Programa Nacional de Controlo do Cancro, Cesaltina Lorenzoni, destacou a urgência de investir em recursos humanos e técnicos. “O diagnóstico precoce salva vidas. Precisamos capacitar profissionais, equipar mais hospitais e descentralizar os serviços para que todas as mulheres, em qualquer ponto do país, possam ter acesso ao rastreio e tratamento.”

Fonte: O País

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