Início Desporto Casa Pia-Benfica, 3-1 (crónica)

Casa Pia-Benfica, 3-1 (crónica)

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Soam os alarmes no Estádio da Luz depois do Benfica ter consentido a terceira derrota nas últimas quatro jornadas da Liga. Um jogo que chegou a parecer um verdadeiro passeio para a equipa de Bruno Lage, mas que depois deu uma volta de 180 graus e permitiu aos gansos bater as águias com todo o mérito. Uma mudança que começa num erro tremendo de António Silva que acaba por arrastar a equipa toda para o fundo e que permitiu à equipa de Pina Manique, que sonou o sétimo jogo consecutivo sem perder, festejar o primeiro triunfo sobre o antigo vizinho em 86 anos.

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Depois do vendaval que foi o jogo com o Barcelona, Bruno Lage refrescou a equipa, com quatro alterações, com destaque para o regresso de Di María e para a troca de Pavlidis por Arthur Cabral, com o treinador a estudar bem o adversário para proporcionar um jogo tranquilo à sua equipa. De facto, o Benfica entrou no jogo com uma elevada posse de bola, com um bloco bem subido, fazendo a bola rolar de um flanco ao outro, sem pressa de chegar à frente.

Alexander Bah, outra das novidades no onze, e Álvaro Carreras davam largura à equipa, pelos flancos, enquanto Akturkoglu e Di María juntavam-se a Arthur Cabral, em terrenos mais interiores, oferecendo à equipa muitas soluções para rodar a bola, com Leandro barreiro a subir muitas vezes para se juntar ao carrocel.

O Casa Pia, moralizado com uma série de seis jogos sem derrotas, procurava sair a jogar como tem feito nos últimos jogos, de trás para a frente, mas encontrava, desde logo, todos os caminhos congestionados pelo bloco subido do Benfica e perdia facilmente a bola. No papel a equipa de João Pereira apresentava-se num 3x4x3 que acabou encolhido num 5x4x1, com um bloco cada vez mais baixo.

Sem pressa, o Benfica rodava a bola e esperava por erros do adversário para atacar a baliza de Patrick Sequeira, com Arthur Cabral, com fome de bola, a assinar os dois primeiros remates. Um futebol de posse e pressão que acabou por dar resultados quando Tchamba chegou atrasado a uma bola e fez falta sobre Leandro Barreiro. Penálti claro que Di María, com muita classe, converteu na vantagem do Benfica. Sem correr muito, sem grande exigência em termos físicos, o Benfica tinha controlo absoluto do jogo e Akturkoglu ficou a centímetros do 2-0 num remate que tirou tinta da trave.

No entanto, o passeio do Benfica foi subitamente interrompido. Depois de ganhar uma bola na área de Trubin, António Silva tentou lançar Di María, mas o passe saiu-lhe curto. Beni, em carrinho, intercetou a bola e deixou-a com Cassiano que rematou de primeira para o fundo das redes do guarda-redes ucraniano. Bruno Lage atirou-se ao ar, furioso com o erro tremendo do central. Um erro que deu força à equipa da casa que, nos momentos que se seguiram, procurou tirar proveito do desnorte que os visitantes deixavam transparecer em campo.

Um jogo tranquilo que mudou subitamente, como se alguém tivesse carregado num interruptor. Neste período, o Casa Pia chegou mesmo a ameaçar a reviravolta no marcador. Primeiro numa transição rápida, conduzida por Livolant. Logo a seguir, o árbitro chegou a assinalar um penálti favorável à equipa de Pina Manique por falta de Otamendi sobre Nuno Moreira que acabou por ser revertido para livre direto, uma vez que o lance foi ainda fora da área.

A verdade é que o jogo tinha mudado do dia para a noite e o passeio do Benfica começava a ganhar contornos de pesadelo.

Bruno Lage procurou recuperar o bom arranque do Benfica, no início da segunda parte, com a equipa, mais uma vez, a exibir uma elevada posse de bola, mas o jogo tinha mudado definitivamente. Ao contrário da primeira parte, o Casa Pia não recuou em bloco e passou a dividir mais o jogo, procurando tirar proveito do muito espaço que os visitantes deixavam nas suas costas.

Larrazabal já tinha ensaiado, por duas vezes, o ataque ao flanco direito, nas costas de Álvaro Carreras, e, à terceira oportunidade, acabou mesmo por fazer estragos. O jogador basco desceu até à linha de fundo, perdeu angulo de remate, mas cruzou para o segundo poste, onde Nuno Moreira, com toda a calma do mundo, rematou cruzado, a meia altura, para o segundo golo da equipa da casa. Uma reviravolta que obrigava, agora, o Benfica a correr. Acabou-se a tranquilidade que Bruno Lage, certamente, pretendia para este jogo até porque, a meio da próxima semana, o Benfica vai a Turim defrontar a Juventus.

Logo após o golo, João Pereira trocou Cassiano por Svensson, enquanto Bruno Lage esperou mais um pouco, mas acabou por lançar Schjelderup e Pavlidis, prescindindo de Florentino e Akturkoglu. Era o tudo ou nada do Benfica a vinte minutos do final. O Benfica passava a jogar em 4x2x4 e arriscava mais na frente, mas o jogo continuou muito dividido com o Casa Pia a não deixar-se submeter.

Nos últimos vinte minutos, o Benfica bombeou muitas bolas para a área do Casa Pia, mas foram escassas as oportunidades para visar a baliza de Patrick Sequeira. Uma referência para a forma como João Pereira foi adaptando a sua equipa às mudanças que Bruno Lage procurou implementar no jogo.

Mesmo a fechar o jogo, depois de mais um ataque inconsequente do Benfica, o Casa Pia saiu disparado e Livolant fez o 3-1. O jogo acabou logo a seguir com o Casa Pia em festa. Não era para menos, há 86 anos que a equipa de Pina Manique não vencia o gigante da Luz.

Nos últimos quatro jogos na Liga, o Benfica ganhou apenas ao Famalicão. Perdeu com o Sporting, Sp. Braga e, depois do desaire difícil de digerir na Champions, voltou a perder este sábado com o Casa Pia. Os jogadores saíram de cabeça baixa, com muitos lenços brancos nas bancadas.

Fonte: Mais Futebol

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