Por: Alfredo Júnior
O Centro de Saúde de Mussangadze, no distrito de Macossa, província de Manica, está sem fornecimento de energia elétrica há cerca de cinco anos, obrigando os profissionais de saúde a utilizarem lanternas e telemóveis para prestar atendimento, sobretudo durante a noite.
A avaria do painel solar que alimentava a unidade nunca foi resolvida. Como resultado, os técnicos de saúde lidam diariamente com dificuldades para realizar partos, administrar vacinas e manter a segurança de utentes e trabalhadores. A situação agrava-se devido à falta de cobertura da rede móvel na zona, o que compromete a comunicação em casos de emergência.
Segundo Luísa Francisco, diretora da unidade sanitária, os apelos às autoridades têm sido constantes, mas até agora sem resposta concreta. “Há partos que são feitos à luz do telemóvel. É um risco para as mães e para os recém-nascidos, mas não temos alternativa”, disse.
Raulito Cumbucane, chefe local, reforça que as dificuldades se estendem ao transporte de doentes, feito por vezes à noite e em percursos onde circulam animais selvagens, colocando em risco a vida dos profissionais e pacientes.
Apesar das promessas de reabilitação, a situação mantém-se inalterada. Casos como este não são isolados: em várias zonas rurais do país, unidades sanitárias enfrentam limitações de infraestrutura, com impacto directo na qualidade do atendimento.
As autoridades provinciais de saúde ainda não se pronunciaram sobre quando será feita a reposição do sistema elétrico ou se serão adotadas alternativas sustentáveis para garantir a continuidade dos serviços com dignidade e segurança.
Fonte: Saudemais.Tv