Por: Alda Almeida
A confecção artesanal de cestos de palha é uma tradição secular, presente em diversas culturas ao redor do mundo. Muito além de simples objectos utilitários, essas peças carregam um valor simbólico, artístico e histórico. Feitas manualmente com técnica, paciência e criatividade, elas representam o saber tradicional transmitido de geração em geração.
Com o passar do tempo, os cestos de palha conquistaram novos espaços e funções. Actualmente, são cada vez mais valorizadas não apenas pela sua utilidade, mas também como peças decorativas. Seu charme rústico e o apelo sustentável têm atraído a atenção de consumidores conscientes e apreciadores da estética natural. Em restaurantes, hotéis e pontos turísticos, elas são usadas como luminárias, fruteiras e outros itens decorativos, agregando um toque cultural ao ambiente.
Em Maputo, o artesão Moisés Manhiça, de 46 anos, é um exemplo vivo dessa tradição. Natural de Inhambane, ele dedica-se há mais de 26 anos à arte de tecer cestos de palha, actividade que representa sua principal fonte de sustento. Actuando nas ruas da capital moçambicana, Moisés compartilhou com a Revista Tempo que suas peças já chegaram a ser exportadas para países como a Itália, um sinal do interesse internacional por esse tipo de artesanato.
Além disso, ele destaca que actualmente a maior parte de seus clientes são moçambicanos. “Os locais têm mostrado mais interesse do que os estrangeiros”, afirma, com um sorriso no rosto. Segundo o artesão, muitos restaurantes têm optado por incorporar esses elementos culturais em seus espaços, contribuindo para a valorização do artesanato nacional.
A crescente procura por cestos de palha no mercado interno revela não só uma tendência de consumo sustentável e artesanal, mas também um reconhecimento da importância cultural desse ofício, que continua vivo graças ao trabalho de artesãos como Moisés.