João dos Santos Ferreira, um dos destacados membros da Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional (ACLLIN), faleceu no último domingo, na Cidade de Maputo, vítima de doença. Durante a sua trajectória, desempenhou várias funções de relevo, incluindo os cargos de ministro da Agricultura e deputado da Assembleia da República por duas décadas.
Na sua intervenção, Daniel Chapo recordou a coragem de Ferreira desde jovem, ao fugir da tropa colonial a partir do aeródromo de Mocímboa da Praia, na província de Cabo Delgado, rumo a Dar es Salaam, na Tanzânia, acompanhado pelo general Jacinto Veloso.
“Já jovem esteve na tropa colonial, mas jovens muito corajosos, dois, um deles está aqui dentro desta sala, o general Jacinto Veloso. E ele [João dos Santos Ferreira, junto do general], através de um avião da tropa colonial, fugiram a partir do aeródromo de Mocímboa da Praia para Dar es Salaam, na Tanzânia, porque estavam como jovens imbuídos dos ideais da luta de libertação nacional”, explicou.
A fuga levou Ferreira a percorrer um longo caminho até integrar as fileiras da luta armada. Inicialmente não reconhecido como exilado político na Tanzânia, recebeu apoio do Egipto, deslocando-se depois para a Argélia, onde se juntou a outros combatentes. Posteriormente, seguiu para a França e para Cuba, onde se formou em engenharia, regressando à Tanzânia antes da proclamação da independência de Moçambique.
Após a independência nacional, Ferreira teve um papel determinante no desenvolvimento do sector agrícola, assumindo cargos como ministro da Agricultura e Secretário de Estado do Algodão. “Mesmo reformado, nunca deixou de contribuir para a sua pátria”, sublinhou o Chefe de Estado, ressaltando ainda o compromisso ambiental do veterano.
O Chefe de Estado destacou o papel de Ferreira na promoção da exploração sustentável da madeira e na criação de associações voltadas à protecção ambiental. “Era um conservador ambiental de excelência, por isso lutou bastante para a criação de várias associações ligadas à protecção ambiental”, afirmou.
Fonte: O País