Comércio Bilateral Entre Moçambique e África do Sul Ultrapassa Dois Mil Milhões de Dólares Anuais

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Moçambique consolida-se como maior parceiro comercial da África do Sul na região, movimentando mais de dois mil milhões de dólares em transacções anuais. A dinâmica é sustentada por fortes laços históricos, proximidade geográfica e uma teia de interesses económicos mútuos, reforçando uma parceria estratégica em crescimento.

Segundo dados partilhados pelo Encarregado de Negócios da África do Sul em Moçambique, Puleng Chaba, as transacções comerciais bilaterais ultrapassam os dois mil milhões de dólares norte-americanos por ano. Do lado moçambicano, destacam-se as exportações de alumínio da Mozal, que representam 40% do total, a energia eléctrica de Cahora Bassa, além de produtos agrícolas como algodão, açúcar e tabaco, e minerais, incluindo titânio e gemas.

Em contrapartida, Moçambique importa da África do Sul sobretudo veículos e equipamentos de transporte (20% do total), alimentos processados, maquinaria agrícola e de construção, equipamentos eléctricos, químicos e medicamentos genéricos. “Entre 1.700 e 2.000 camiões cruzam diariamente a fronteira com Moçambique, trazendo todo o tipo de mercadoria. Às vezes é alumínio, cromo, outras vezes produtos agrícolas”, afirmou Chaba em entrevista à Agência de Informação de Moçambique (AIM).

Em termos globais, a África do Sul ocupa a terceira posição entre os maiores parceiros comerciais de Moçambique, atrás apenas da China (mais de 5 mil milhões de dólares) e da Índia (4 mil milhões). Dados da plataforma Mozambique Expert confirmam que as exportações moçambicanas para o país vizinho já superam 1 mil milhão de dólares (18,3% do total nacional), enquanto as importações sul-africanas atingem igualmente valores acima de 1 mil milhão (15,6% do total das importações do país).

A presença empresarial é igualmente robusta: mais de 300 empresas sul-africanas operam actualmente em Moçambique em sectores que vão da energia e agricultura ao comércio e serviços financeiros. “Estamos a demonstrar inovações nas áreas de fabrico, finanças e tecnologias verdes. Não estamos apenas em Moçambique para realizar negócios, mas para construir relações que melhorem a vida das comunidades e impulsionem o crescimento inclusivo”, destacou Chaba.

O diplomata enfatizou ainda a aposta em cadeias regionais de valor, com foco nas micro, pequenas e médias empresas detidas por jovens, vistas como motor das economias dos dois países. A estratégia passa também pelo investimento em indústrias sustentáveis e pela expansão da cooperação em infraestruturas, em estreita coordenação com a Câmara de Comércio Sul-Africana.

Fonte: O Económico

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