Por: Gelva Aníbal
Em Moçambique, como em muitos outros países, o debate sobre saúde raramente ultrapassa os muros dos hospitais e centros de saúde. Fala-se de doenças, fala-se de medicamentos, mas pouco se fala da origem de muitos dos nossos males, a forma como pensamos, sentimos e agimos em relação ao nosso corpo e à nossa saúde.
Crescemos ouvindo que “comida boa é comida com muita gordura”, que “quem dorme cedo é preguiçoso” ou que “homem que vai ao hospital por causa de dor de cabeça é fraco”. Esses padrões culturais, são passados de geração em geração e criam obstáculos invisíveis à mudança de comportamento e para transformar essa realidade, é preciso mais do que informação é necessária uma reeducação.
Mudar a mentalidade é um dos grandes desafios e talvez a chave para transformar os indicadores de saúde no país. O nosso corpo fala, mas muitas vezes ignoramos alguns sinais como o stress, o cansaço extremo, dores persistentes ou alterações no apetite. Para muitos, só se procura ajuda médica quando o problema já se agravou.
Há ainda um certo orgulho em “aguentar firme”, uma resistência cultural à prevenção e um pensamento comum de que “só Deus cura”. Embora a fé tenha um papel importante na vida das pessoas, ela não deve substituir cuidados básicos como uma alimentação equilibrada, a prática regular de exercício físico ou a realização de exames de rotina.
O acesso à saúde começa na mente, a forma como vemos a comida, o descanso, e até a saúde mental influencia diretamente o nosso bem-estar por isso, programas educativos nas escolas, campanhas comunitárias e espaços de escuta devem se tornar caminhos importantes para despertar essa consciência pois, muito tem se escutado a frase: “não tenho tempo para me cuidar.
A mudança começa com pequenas decisões: beber mais água, caminhar mais, dormir melhor, conversar sobre emoções. Atitudes simples, mas poderosas porque Cuidar da saúde não é luxo, é uma necessidade.
Você presta atenção aos sinais que seu corpo te dá?
