Início Internacional Crianças continuam a sofrer com guerra no Sudão, sem acesso à escola

Crianças continuam a sofrer com guerra no Sudão, sem acesso à escola

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As agências humanitárias da ONU lançaram, nesta sexta-feira, um alerta sobre o impacto arrasador da guerra no Sudão nas crianças, que continuam a enfrentar fome extrema, desnutrição crescente e a perda do direito à educação.

Após mais de dois anos de guerra civil, 25 milhões de pessoas estão em situação de fome aguda e pelo menos 20 milhões necessitam de serviços de saúde urgentes.

Educação: a mais recente vítima

Segundo o Fundo de População das Nações Unidas, Unfpa, e parceiros da educação, cerca de 13 milhões de crianças em idade escolar estão fora da sala de aula no Sudão.

Esse total engloba 7 milhões de crianças matriculadas que não frequentam aulas devido à violência e ao deslocamento, além de seis milhões que nunca se inscreveram.

De acordo com o Global Education Cluster, apesar das dificuldades, 45% das escolas do país, quase 9 mil, já reabriram. As agências sublinham que, mesmo face à crise, a educação continua vital para proteger crianças e ajudá-las a lidar com o trauma.

© UNICEF/Ahmed Elfatih Mohamdeen
Duas crianças deslocadas pelos conflitos no estado de Al Jazirah descansam em um ponto de encontro no sudeste do Sudão

Famílias em movimento

De novembro de 2024 a julho deste ano, mais de 2 milhões de pessoas regressaram às suas casas em 1.611 localidades, sobretudo em Aj Jazirah, Cartum, Sennar, Nilo Azul e Nilo Branco.

A Organização Internacional para Migrações, OIM, indica que 77% regressaram de deslocações internas e 23% de outros países, uma fração dos 4,2 milhões de refugiados que atravessaram fronteiras desde o início da guerra, em abril de 2023. Mais de metade dos deslocados são crianças.

A Esperança de Aysha: Uma Luta Contra a Desnutrição no Sudão

O drama ganha rosto na história de Aysha Jebrellah, de 18 meses, internada com desnutrição aguda grave no Hospital Pediátrico de Porto Sudão.

A mãe, Aziza, deslocada de Cartum, contou que a filha deixou de comer após duas semanas com febre e diarreia, relatando que quando a filha se recusava até provar qualquer coisa e ficava cada vez mais fraca, ela teve medo de a perder. Agora tem esperança de que recupere.

A Organização Mundial da Saúde, OMS, sublinhou que o seu apelo de US$ 135 milhões para apoiar necessidades de saúde no Sudão está apenas financiado em 20%, muito aquém do necessário para salvar vidas.

Fonte: ONU

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