As Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) enfrentam um novo capítulo na sua história. A decisão de suspender o voo Maputo-Lisboa, assim como as rotas para Lusaca e Harare, expõe os desafios económicos e operacionais da companhia de bandeira, que há anos luta para manter a rentabilidade. Paralelamente, o Governo moçambicano anunciou reformas estruturais, incluindo a alienação parcial do capital da LAM.
A crise financeira da LAM: Um voo sem retorno?
Após quase um ano e meio de operação, o voo Maputo-Lisboa revelou-se um desastre financeiro para a LAM. Segundo declarações da empresa, a operação gerou um prejuízo acumulado de 21 milhões de dólares desde o seu relançamento em Outubro de 2023.
A decisão de cancelar esta e outras rotas surgiu de uma avaliação interna, que apontou para a necessidade de priorizar operações domésticas antes de expandir para mercados internacionais.
“Temos que consolidar o mercado doméstico. Enquanto houver irregularidades nos voos locais, não podemos crescer internacionalmente”, explicou um representante da LAM.
Além disso, a LAM admitiu que o voo intercontinental consumia receitas das operações domésticas, tornando a sustentabilidade financeira insustentável.
A grande questão que fica é: quem autorizou o voo Maputo-Lisboa? Segundo a empresa, a decisão foi tomada pela Fly Modern Ark, entidade gestora da LAM na altura, sob a supervisão do Ministério dos Transportes e Comunicações. A justificativa inicial era que o voo seria autossustentável, mas os estudos posteriores mostraram o contrário.
A reestruturação da empresa inclui a entrada de três novas empresas na gestão da LAM, que adquirirão 91% das ações. No entanto, ainda não foram definidas as quotas de participação, um ponto que o governo promete esclarecer até Abril de 2025.
Historicamente, a LAM tem sido criticada pela sua gestão deficiente, marcada por voos cancelados, falta de pontualidade e dificuldades financeiras recorrentes.
Se a privatização for bem conduzida, poderá trazer investimentos e melhorar a eficiência operacional. No entanto, se não houver transparência no processo, há riscos de agravamento da crise do sector.
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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>Analistas do sector alertam que, a retirada da LAM de rotas internacionais pode eventualmente, encarecer o custo das viagens e reduzir a competitividade da economia moçambicana, dado que empresas estrangeiras poderão dominar o mercado com tarifas potencialmente mais elevadas.
Fonte: O Económico