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Daewoo Manifesta Interesse em Investir na Área 4 da Bacia do Rovuma e Propõe Mega-Iniciativas Industriais Baseadas no Gás Natural

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Questões-Chave

A multinacional sul-coreana Daewoo Engineering & Construction revelou, em Maputo, a sua intenção de investir na Área 4 da Bacia do Rovuma, numa aposta que vai além da simples construção de infra-estruturas de LNG, propondo a criação de indústrias transformadoras baseadas no gás natural, como produção de fertilizantes e geração de energia eléctrica. A proposta foi apresentada ao Presidente da República, Daniel Chapo, que manifestou apoio e entusiasmo pelas iniciativas.

Desenvolvimento

Da LNG à Indústria: Daewoo Quer Avançar para a Etapa do Valor Acrescentado

Em declarações à imprensa após a audiência com o Chefe do Estado, o presidente da Daewoo, Won-Ju Jung, explicou que, depois de ter participado na construção das infra-estruturas de LNG na Área 1, a empresa ambiciona agora alargar a sua intervenção para a Área 4, sob liderança da ExxonMobil, onde vê oportunidades para ir além da engenharia básica.

“Queremos participar da construção do LNG na Área 4, mas também queremos adicionar valor ao gás natural”, disse Jung, sublinhando que a empresa propôs a criação de um centro industrial para fertilizantes e energia eléctrica, iniciativas que, segundo ele, receberam acolhimento positivo do Presidente da República.

Potencial Transformador para a Economia Nacional

A proposta da Daewoo foi acolhida com interesse por diversos actores do sector económico moçambicano, que há muito defendem que a valorização local do gás natural é fundamental para a transformação estrutural da economia. A criação de um centro de fertilizantes, por exemplo, poderia impulsionar a agricultura nacional, reduzindo a dependência de importações e tornando Moçambique um potencial exportador regional.

A proposta de produção de energia com base no gás também é vista como uma alavanca crucial para reduzir o défice energético e tornar viáveis outras indústrias. “É uma oportunidade de ouro para ligar o sector extractivo aos sectores produtivos”, comenta o economista Tomás Mabunda, acrescentando que “se concretizada, esta iniciativa marca uma viragem estratégica para a industrialização”.

Infra-Estrutura e Turismo Também em Agenda

Para além do sector energético, a Daewoo também manifestou interesse na criação de cidades e de uma infra-estrutura turística diversificada e multidimensional, segundo avançou Jung. Essa ambição dialoga com o crescente apetite por investimentos integrados, que combinem energia, urbanização e turismo sustentável, criando ecossistemas de desenvolvimento regional no norte de Moçambique.

Governo Reafirma Abertura ao Investimento Estruturante

A Presidência da República destacou, em nota oficial, que as audiências com os investidores estrangeiros reforçam o compromisso do Governo com projectos de investimento sustentável, geradores de emprego, capacitação local e melhoria de infra-estruturas.

No mesmo dia, o Presidente Chapo também se reuniu com representantes da Singita Management Company, que anunciaram a intenção de construir dois ou três hotéis ecológicos de luxo em Vilankulo, reforçando o dinamismo do turismo de alto valor e ecologicamente responsável.

Uma Nova Fase Para a Indústria de Gás em Moçambique?

A manifestação de interesse da Daewoo ocorre num momento em que Moçambique procura maximizar os ganhos do seu potencial energético, indo além da simples extracção e exportação de gás bruto. A criação de uma cadeia de valor industrial baseada no gás natural, como propõe a Daewoo, poderá representar o início de uma nova era económica para o país — desde que acompanhada de boa governação, capacitação local e parcerias equilibradas.

Fonte: O Económico

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