Daniel Ramos, na conferência de imprensa após o triunfo do Nacional sobre o AVS por 3-1, num jogo a contar para a 18.ª jornada da Liga:
[Resultado ficou condicionado pela primeira parte?]«Como é lógico. Uma margem de dois golos para o adversário ao intervalo é significativa. Quem está em desvantagem como nós tem de correr riscos de uma forma mais evidente. E foi isso que fizemos na segunda parte. Acho que, muitas vezes, a sintonia entre aquilo que é o critério do árbitro e o critério do VAR não estão em sintonia. Estamos a falar de um jogo onde eu não me lembro de nenhuma falta praticamente até ao lance do penálti. Jogo corrido, contactos físicos, podiam ter sido marcadas várias faltas que não foram, e depois há um penálti. Custa-me. Porque o critério faz a diferença. Tentámos reagir, fizemos o 2-1, mas nunca devíamos ter sofrido o 3-1.»
«E aqui mais um reparo. Vejam as imagens. O lance do 3-1 é precedido de falta. O Devenish sofre falta do jogador que marca o golo. É, é verdade, porque eu já vi o lance. E onde é que está o VAR? Estamos a falar de decisões, novamente, de critério. Mais tarde, no lance de penálti. Demorou não sei quantos minutos, e depois só foram dados sete nos descontos. Devem ver o tempo que o jogo esteve parado entre o penálti e a repetição. Como é que só se dá sete minutos? Mas é o que é. Aceito a derrota, parabéns ao Nacional, porque faz parte. Se calhar foi melhor que o Aves. Faz parte. Mereceu. Siga. Mas tenho estes lamentos porque sinto que não perdi da forma que devia. Nós merecíamos outra correção no jogo, e acho que isso não foi feito em relação a AVS. É o meu lamento.»
[Na segunda parte, o AVS tentou tudo para reduzir a desvantagem, mas parece que foi mais com o coração do que com a cabeça. Deve-se à classificação da equipa?]«É natural. Quem está à procura de pontos e sente os reveses da primeira parte – que foi até mérito do Nacional, não lhes vou retirar mérito nenhum –, mas nós acabámos por conceder, demos mais do que aquilo que devíamos ter dado. E sem que o Nacional tivesse feito até muito para ficar nessa vantagem. A primeira vez que o Nacional se aproxima é uma oportunidade de golo. A segunda vez que vai à baliza é golo. Isto é duro. E custa.»
«O lance do penálti é um lance fortuito, que me deixa muitas dúvidas, mas é um lance fortuito. Não é uma verdadeira oportunidade, ninguém tinha dado por ela na altura. E é claro que isso se reflete mais à frente.»
«Na segunda parte, quando tentámos, nem sempre com as melhores tomadas de decisões, mas mesmo assim, com alma, com atitude, nunca deixámos de crer. Ninguém pode apontar nada aos meus jogadores em relação ao querer e ao acreditar. Até o último minuto tentámos sempre fazer mais um golo para entrar no jogo e discutir o resultado. Mas também é fruto daquilo que é o lugar na tabela, é perfeitamente natural. Agora temos é de conviver com isso. E temos de ser capazes de tomar as melhores decisões, sermos mentalmente fortes e recuperar nos próximos jogos, para fazer resultados mais positivos e dessa forma sairmos da posição em que estamos.»
Fonte: Mais Futebol