Questões-Chave:
Índice do dólar recua 0,2% para 98,073, acumulando perdas de 0,4% na semana anterior;
Investidores aguardam dados do IPC de Julho nos EUA e prazo para acordo comercial com a China;
Possível extensão de 90 dias na trégua tarifária entre Washington e Pequim, com foco no sector dos semicondutores;
Bitcoin sobe 3% e aproxima-se do recorde histórico, após ordem executiva de Trump permitir uso de criptomoedas em contas de reforma;
Ether regista alta de 2,1%, tocando máximos desde Dezembro de 2021;
Dados da China mostram queda acentuada dos preços no produtor em Julho, enquanto inflação no consumidor permanece estável.
O dólar norte-americano prolongou as perdas esta segunda-feira, com os investidores a posicionarem-se para uma semana marcada pela divulgação dos dados de inflação nos Estados Unidos, o prazo para um acordo comercial com a China e a realização de uma cimeira entre Washington e Moscovo.
O índice do dólar recuou 0,2%, para 98,073 pontos, depois de já ter perdido 0,4% na semana anterior. Face ao iene, a moeda negociava nos 147,46, menos 0,20% do que os níveis registados na última sessão nos EUA, num dia em que os mercados japoneses estiveram encerrados devido ao feriado do Mountain Day.
Tim Kelleher, responsável de vendas institucionais de câmbio no Commonwealth Bank em Auckland, considerou que a elevada incerteza justifica uma aposta na volatilidade ao longo da semana, dada a confluência de eventos-chave.
No mercado das criptomoedas, o bitcoin avançou 3%, para 121.909,06 dólares, aproximando-se do recorde histórico de 123.153,22 dólares alcançado a 14 de Julho. A valorização foi impulsionada pela ordem executiva assinada por Donald Trump na quinta-feira, que autoriza a detenção de activos digitais em contas de reforma nos EUA. Já o ether subiu 2,1%, atingindo os 4.307,25 dólares, o valor mais alto desde Dezembro de 2021.
As atenções também se concentram nas negociações comerciais entre os EUA e a China, cujo prazo-limite, fixado para 12 de Agosto, visa evitar a aplicação de tarifas de três dígitos sobre bens. Segundo Chris Weston, chefe de investigação da Pepperstone Group em Melbourne, o mercado já incorporou a expectativa de uma extensão de 90 dias da trégua tarifária.
No sector dos semicondutores, foi noticiado que a Nvidia e a AMD concordaram em destinar 15% das receitas obtidas com vendas na China ao governo norte-americano, como forma de garantir licenças de exportação para aquele mercado. A medida surge após alertas de que alguns chips da Nvidia representam riscos de segurança para Pequim.
Do lado macroeconómico, dados divulgados no fim-de-semana revelaram que os preços no produtor na China caíram mais do que o previsto em Julho, enquanto os preços no consumidor permaneceram inalterados, sinalizando fraqueza da procura interna e persistente incerteza comercial.
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p dir=”ltr”>Nas moedas da região Ásia–Pacífico, o dólar australiano manteve-se nos 0,6526 dólares norte-americanos, na véspera de uma reunião do banco central, que deverá cortar a taxa de juro em 25 pontos base para 3,60%, face à inflação abaixo do esperado e à subida da taxa de desemprego para o nível mais alto em três anos e meio. O kiwi neozelandês registou poucas alterações, a 0,59545 dólares, enquanto a libra esterlina valorizou 0,1%, para 1,3465 dólares.
Nos bastidores da política monetária norte-americana, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou que o próximo presidente da Reserva Federal deverá ser alguém capaz de analisar “toda a organização”, defendendo a independência da instituição. Entre os nomes considerados para dirigir o Bureau of Labor Statistics está E.J. Antoni, economista-chefe da Heritage Foundation.
Fonte: O Económico