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Dólar Enfraquece com Queda nos Rendimentos do Tesouro e Perspectiva de Cortes nas Taxas da Fed

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Destaques
• Moeda norte-americana perde valor após dados económicos benignos nos EUA reforçarem expectativas de cortes nas taxas de juro;
• Dólar cai face ao won sul-coreano e ao iene japonês, com destaque para discussões cambiais entre Washington e Seul;
• Euro e libra esterlina valorizam-se; rendimento das obrigações do Tesouro dos EUA recua;
• Powell admite foco mais incisivo na inflação, o que poderá limitar amplitude dos cortes em 2024.

O dólar norte-americano recuou nesta sexta-feira, 16 de Maio, acompanhando a descida dos rendimentos do Tesouro, na sequência de dados económicos moderados que reforçaram a aposta dos mercados em novos cortes de taxas de juro pela Reserva Federal (Fed) ainda este ano.

Os últimos dados dos EUA, incluindo a queda inesperada dos preços ao produtor (PPI) e leituras moderadas da inflação ao consumidor, contribuíram para um alívio nas expectativas de pressão inflacionária. Em resposta, os mercados passaram a descontar cerca de 57 pontos base em cortes de taxas da Fed até Dezembro, face aos 49 pontos base anteriormente estimados.

Com isso, o rendimento das obrigações do Tesouro a 10 anos caiu para 4,4217%, enquanto o título a dois anos recuou para 3,9467%. Em linha, o dólar caiu 0,2% face a um cabaz de moedas, fixando-se em 100,57, embora permanecesse no verde na soma semanal devido ao forte ganho de 1,3% registado na segunda-feira.

A nível internacional, os mercados cambiais reagiram sobretudo aos movimentos bilaterais do dólar com o won sul-coreano, que caiu acentuadamente pelo segundo dia consecutivo. A queda ocorreu após se saber que Washington e Seul mantiveram discussões sobre o mercado cambial dólar/won. A valorização do won para 1.390 por dólar reflecte especulações de que a administração Trump poderá estar a pressionar por um dólar mais fraco para reequilibrar a competitividade comercial.

George Vessey, estratega da Convera, afirmou que “a fraqueza das moedas asiáticas face ao dólar tem sido uma vantagem para os exportadores da região — um padrão que os EUA estão a tentar contrariar”.

O euro valorizou-se 0,26%, para US$ 1,2130, enquanto a libra esterlina subiu 0,14%, para US$ 1,3325. O dólar recuou também face ao iene japonês (-0,33%), apesar de dados económicos fracos no Japão e de uma postura cautelosa do Banco do Japão. Estão previstas conversações cambiais entre Tóquio e Washington na próxima semana, que poderão influenciar os próximos movimentos do mercado.

Em discurso recente, o Presidente da Fed, Jerome Powell, declarou que o banco central norte-americano reavaliará os seus pressupostos sobre emprego e inflação. A economista Kristina Clifton, do Commonwealth Bank of Australia, assinala que “Powell deu sinais de que o FOMC atribuirá mais peso às perspectivas de inflação do que ao emprego, o que poderá representar um entrave adicional aos cortes de taxas, caso os riscos inflacionistas persistam”.

Já na Oceânia, o dólar australiano subiu 0,39%, para US$ 0,6430, e o dólar neozelandês avançou 0,6%, para US$ 0,5910, beneficiando do recuo global da moeda norte-americana e de perspectivas de acomodação monetária mais ampla.

A evolução do dólar nos próximos meses dependerá da trajectória da inflação e da actuação da Fed, mas também de factores geopolíticos e das negociações comerciais e cambiais bilaterais entre Washington e os seus parceiros estratégicos.

Fonte: O Económico

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