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Monday, November 3, 2025
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Dólar Mantém Força Global e Pressiona Principais

Resumo

O dólar norte-americano manteve-se forte, próximo dos máximos de três meses, impulsionado por expectativas de política monetária restritiva e procura global por segurança. O índice do dólar (DXY) subiu para cerca de 104,90 pontos, refletindo a cautela da Reserva Federal (Fed) em relação a novos cortes de juros. Enquanto isso, o euro caiu para 1,1536 dólares, devido à desaceleração económica na zona euro e à expectativa de que o BCE não aumentará as taxas de juro. A libra esterlina teve perdas ligeiras, negociando em 1,2450 dólares, devido à incerteza política no Reino Unido, enquanto o franco suíço se manteve estável em torno de 0,8050 face ao dólar, como refúgio em tempos de volatilidade.

O dólar norte-americano manteve-se firme esta segunda-feira, 3 de Novembro de 2025, próximo dos máximos de três meses, sustentado por expectativas de política monetária restritiva e pela procura global por liquidez e segurança.
O índice do dólar (DXY), que mede o desempenho da moeda norte-americana face a um cabaz de seis divisas principais, valorizava 0,18%, cotando em torno dos 104,90 pontos, impulsionado por fluxos defensivos antes da divulgação de novos dados económicos nos Estados Unidos.

Fed Mantém Cautela e Dá Fôlego ao Dólar

A força do dólar reflecte a percepção de que a Reserva Federal (Fed) manterá taxas de juro elevadas por mais tempo, após o corte simbólico de 0,25 pontos percentuais decidido em Outubro.
Analistas destacam que as declarações recentes do presidente do Fed, Jerome Powell, foram interpretadas como “hawkish”, sinalizando ausência de pressa em proceder a novos cortes.

Essa leitura fortalece a divisa norte-americana, que atrai capital de curto prazo em detrimento de moedas com políticas monetárias mais acomodatícias.
A valorização do dólar é também apoiada pelo fluxo de investidores para activos de rendimento fixo dos EUA, sobretudo títulos do Tesouro, num ambiente de volatilidade geopolítica e prudência nos mercados accionistas.

“O mercado cambial está a premiar a moeda que combina segurança e rendimento. E, neste momento, o dólar preenche ambos os critérios”, observou um analista da ING Bank citado pela Reuters.

Euro Cai para 1,153 Dólares e Mantém Tendência de Enfraquecimento

O euro recuou para 1,1536 dólares, mantendo uma tendência de desvalorização que se prolonga há três semanas consecutivas.
O movimento é explicado pela desaceleração económica da zona euro e pela expectativa de que o Banco Central Europeu (BCE) não voltará a subir as taxas de juro em 2025, adoptando agora um posicionamento de espera.

As exportações industriais em declínio, a confiança empresarial em baixa e o arrefecimento da procura interna acentuam a pressão sobre a moeda europeia, que permanece entre as mais penalizadas face ao dólar.
Fontes de mercado indicam que a zona dos 1,1500 dólares é agora um nível técnico chave para o euro, podendo determinar a direcção das próximas semanas.

Libra e Franco Suíço Oscilam com Factores Políticos e Defensivos

A libra esterlina (GBP) registou perdas marginais, negociando em 1,2450 dólares, em meio à incerteza política interna no Reino Unido e às expectativas de abrandamento económico.
Já o franco suíço (CHF) manteve estabilidade relativa, com o par USD/CHF a rondar 0,8050, sustentado pela procura defensiva que tradicionalmente favorece a moeda helvética.

Os analistas consideram que, num ambiente de volatilidade moderada e liquidez reduzida, o franco suíço continua a servir como cobertura contra risco cambial, enquanto a libra segue vulnerável às indefinições da política monetária britânica.

Yuan Chinês e Rupia Indiana Sob Pressão

Entre as moedas asiáticas, o yuan offshore (CNH) manteve-se sob pressão moderada, com o par USD/CNH cotado em torno de 7,11, reflectindo dados fabris chineses mais fracos e expectativas de novos estímulos económicos por parte de Pequim.
O Banco Popular da China (PBoC) tem intervindo activamente para suavizar a volatilidade, mas o mercado mantém-se prudente quanto à trajectória do crescimento chinês.

A rupia indiana (INR) caiu para 88,76 por dólar, aproximando-se do mínimo histórico de 88,80, em meio à saída de capitais e à menor entrada de fluxos externos de portefólio.
O Reserve Bank of India (RBI) sinalizou estar preparado para intervir no mercado caso a pressão persista, para conter o impacto sobre as importações e o custo do serviço da dívida externa.

Rand Sul-Africano e Outras Moedas Emergentes: Ligeiro Alívio

O rand sul-africano (ZAR) foi uma das poucas moedas emergentes a registar valorização marginal, negociando entre 17,29 e 17,34 por dólar, com ganho de cerca de 0,2%.
O movimento é atribuído à antecipação de dados industriais positivos e à expectativa de fluxos de investimento ligados ao sector mineiro, beneficiado pelo ligeiro aumento dos preços do ouro e do carvão.

Contudo, economistas alertam que a vulnerabilidade estrutural das moedas emergentes persiste, sobretudo enquanto o dólar permanecer valorizado e as taxas norte-americanas continuarem elevadas.

Mercado Cambial Mantém Equilíbrio Frágil

A sessão de 3 de Novembro reflecte um mercado sem grandes choques imediatos, mas com tendência clara de reforço do dólar e fragilidade das moedas europeias e asiáticas.
Com os investidores à espera de novos dados sobre o emprego e o consumo nos Estados Unidos, a trajectória cambial permanece dependente do discurso monetário norte-americano e da resposta dos bancos centrais das principais economias.

“A força do dólar neste início de Novembro é menos um sinal de exuberância e mais um reflexo da procura por estabilidade num ambiente de incerteza macroeconómica”, resume a Reuters.

Fonte: O Económico

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