O dólar manteve-se firme esta sexta-feira, após fortes ganhos na sessão anterior, sustentados por dados económicos dos Estados Unidos que reduziram as expectativas de uma trajectória acelerada de cortes de taxas pela Reserva Federal.
O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana face a um cabaz de pares principais, subiu 0,6% na quinta-feira, para 98,473 pontos, próximo de um máximo de três semanas. No acumulado semanal, a valorização deverá ser de 0,8%.
Os ganhos reflectem indicadores económicos mais robustos do que o esperado: crescimento do PIB de 3,8% entre Abril e Junho (revisto em alta face aos 3,3% inicialmente reportados), descida dos pedidos de subsídio de desemprego e dados positivos sobre encomendas de bens duradouros e inventários grossistas. “Quando vemos números como os de quinta-feira, a questão é: afinal, onde está a urgência de estímulo adicional?”, comentou Gavin Friend, estratega do National Australia Bank.
Face a este cenário, os mercados reduziram ligeiramente as apostas em novos cortes de taxas: a probabilidade de uma descida de 25 pontos base em Outubro passou para 87,7%, contra 90% a 92% estimados no início da semana.
No mercado cambial, o iene recuou para 149,81 por dólar, próximo de quebrar a barreira dos 150 pela primeira vez desde Agosto. O euro caiu 0,6% na quinta-feira, fixando-se em 1,1665 dólares.
Os investidores concentram agora atenções nos dados de despesa dos consumidores e no índice de preços de despesas de consumo pessoal (PCE), a medida de inflação preferida da Fed, que deverá registar subida mensal de 0,3% em Agosto e anual de 2,7%, segundo sondagem da Reuters.
Enquanto isso, em Tóquio, a inflação núcleo de Setembro manteve-se acima da meta de 2% do Banco do Japão, alimentando expectativas de que a autoridade monetária nipónica possa avançar com uma subida de taxas no curto prazo.
No plano global, as moedas também foram influenciadas pelo anúncio de novas tarifas comerciais por parte do Presidente dos EUA, Donald Trump, abrangendo medicamentos de marca (100%), camiões pesados (25%) e móveis de cozinha (50%).
Fonte: O Económico