Dólar Oscila, Bolsas Asiáticas Mistas e Olhares Virados para Jackson Hole

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O dólar norte-americano manteve-se estável, abaixo do pico de uma semana, enquanto as bolsas asiáticas apresentaram resultados mistos nesta quinta-feira, 21 de Agosto, à medida que os mercados globais aguardam os desdobramentos do simpósio anual da Reserva Federal (Fed) em Jackson Hole. A expectativa centra-se no discurso de Jerome Powell, previsto para sexta-feira, que poderá trazer pistas sobre um eventual corte das taxas de juro já em Setembro.

O encontro de Jackson Hole, que reúne banqueiros centrais de todo o mundo, arranca hoje e promete ser o centro das atenções dos mercados financeiros. O discurso de Jerome Powell, presidente da Fed, é aguardado com especial ansiedade, num contexto em que os investidores procuram sinais claros sobre a trajectória da política monetária norte-americana.

A incerteza é alimentada por indicadores económicos contraditórios. Um relatório de emprego fraco no início do mês e a moderação dos preços ao consumidor aumentaram as apostas num corte de juros. Contudo, a surpresa nos preços de produção, acima das expectativas, voltou a complicar o quadro. Segundo os futuros, as probabilidades de uma redução de 25 pontos-base na reunião de 17 de Setembro situam-se agora em 80%, ligeiramente abaixo dos 84% registados no dia anterior.

Nos mercados asiáticos, os desempenhos foram heterogéneos: o índice australiano subiu 0,9% para novo máximo histórico, enquanto o Nikkei japonês recuou 0,6% após ter atingido um pico histórico na terça-feira. O Kospi da Coreia do Sul valorizou 0,7%, e as acções da China continental subiram 0,7%, em contraste com a ligeira queda do Hang Seng de Hong Kong (-0,1%).

Nos Estados Unidos, os futuros do Nasdaq avançavam 0,1% após uma queda de 0,7% no índice na véspera, enquanto o S&P 500 se mantinha estável. Na Europa, os futuros do Stoxx 50 registaram ganhos marginais de 0,1%.

Em termos cambiais, o dólar manteve-se em 98,28 pontos no índice que o compara com seis principais divisas, praticamente inalterado face à véspera. O euro negociava-se a 1,1645 USD e a libra a 1,3454 USD, enquanto a moeda norte-americana rondava os 147,38 yen.

A tensão política também se faz sentir. Donald Trump voltou a atacar Jerome Powell por não ter reduzido as taxas este ano e exigiu a demissão da governadora Lisa Cook, acusando-a de irregularidades ligadas a propriedades nos estados da Geórgia e do Michigan. Cook rejeitou de imediato as acusações, afirmando que “não tenciona ser intimidada a demitir-se”. Trump procura ainda acelerar a confirmação de Stephen Miran como governador da Fed, reforçando a ala favorável a cortes agressivos.

No mercado de matérias-primas, o ouro recuou 0,3% para 3.338 USD por onça, enquanto o petróleo manteve a tendência de alta apoiada pela queda inesperada nas reservas norte-americanas: o Brent subiu 0,5% para 67,16 USD/barril e o WTI avançou 0,5% para 63,05 USD.

Nas obrigações, os juros das Treasuries a dois anos subiram ligeiramente para 3,75%, enquanto os de dez anos permaneceram estáveis em 4,29%. No Japão, a rentabilidade das obrigações a 20 anos alcançou 2,655%, o nível mais elevado desde 1999, e a das de dez anos atingiu 1,61%, máximo desde 2008.

O ambiente de cautela mantém-se, mas analistas como Michael Brown, da Pepperstone, acreditam que “a combinação de crescimento robusto dos lucros, resiliência económica e eventual apoio da Fed poderá continuar a sustentar a trajectória ascendente dos mercados de acções”.

Fonte: O Económico

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