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Dólar Perde Força com Pressões Políticas e Acordos Comerciais no Horizonte

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Conversações entre os EUA e a Coreia do Sul alimentam especulações sobre uma mudança na política cambial norte-americana, enquanto o won e outras moedas emergentes reagem positivamente.

O dólar norte-americano voltou a perder terreno esta quinta-feira, arrastado por receios crescentes quanto a uma possível mudança na política cambial dos EUA, num contexto marcado por tréguas comerciais e incertezas geopolíticas. O won sul-coreano destacou-se com uma valorização expressiva, impulsionado por relatos de negociações bilaterais com Washington sobre a taxa de câmbio.

O mercado cambial global enfrenta uma nova vaga de incerteza após revelações de que altos funcionários dos Estados Unidos e da Coreia do Sul se reuniram recentemente para discutir o câmbio dólar/won. Embora a Bloomberg tenha minimizado o impacto imediato destas discussões, a reacção dos investidores foi clara: o won saltou 0,8% para 1.396,22 por dólar, somando-se ao ganho de 0,6% da sessão anterior.

Kieran Williams, responsável pela área de câmbio asiático da InTouch Capital Markets, sublinhou que “os relatos de discussões cambiais entre os EUA e a Coreia do Sul, a par de sinais de que a administração Trump poderá tolerar um dólar mais fraco, têm alimentado o sentimento positivo em torno do won”.

O comportamento do won recorda o movimento abrupto da moeda de Taiwan no início de Maio, coincidindo com o encerramento de negociações comerciais entre Washington e Taipé. Tais episódios sugerem uma correlação crescente entre a política cambial dos EUA e os arranjos comerciais com parceiros asiáticos.

Apesar da recente recuperação face ao euro, à libra e ao iene, o dólar continua a perder força perante várias moedas de mercados emergentes, incluindo o peso mexicano, que se manteve nos 19,38 por dólar – próximo do máximo de sete meses.

Por sua vez, o iene japonês valorizou 0,3% para 146,32, afastando-se da mínima mensal de 148,65, enquanto o dólar australiano foi impulsionado por dados robustos de emprego, atingindo os 0,64425 dólares (+0,22%). A moeda da Nova Zelândia seguiu a mesma tendência, subindo 0,17% para 0,5908.

No epicentro das atenções dos mercados está agora a divulgação dos dados das vendas a retalho nos EUA, aguardados como barómetro do vigor da economia norte-americana. Paralelamente, os investidores permanecem atentos a detalhes adicionais sobre a anunciada pausa de 90 dias nas tarifas entre os EUA e a China, acordada no início da semana.

Kristina Clifton, economista do Commonwealth Bank of Australia, antecipa que “o índice do dólar possa subir mais 2% a 3% nas próximas semanas, à medida que os participantes do mercado reavaliam as perspectivas económicas dos EUA e do mundo, após o acordo temporário entre Washington e Pequim”.

Ainda assim, o índice do dólar registava hoje uma queda de 0,11%, fixando-se nos 100,89 pontos, embora encaminhado para a quarta semana consecutiva de ganhos.

A trajectória futura do dólar permanece envolta em incerteza, não apenas pelo contexto comercial, mas também por factores internos como o novo pacote orçamental da administração Trump, que poderá adicionar biliões à dívida pública e elevar as taxas de juro – pressionando os rendimentos dos títulos do Tesouro, cujo benchmark a 10 anos já atingiu um máximo de um mês.

Fonte: O Económico

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