Início Economia Dólar Recupera Impulso com Subida dos Rendimentos e Aumento das Tensões Comerciais

Dólar Recupera Impulso com Subida dos Rendimentos e Aumento das Tensões Comerciais

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O dólar registou uma recuperação ligeira na quinta-feira, 13 de Março, impulsionado pelo aumento dos rendimentos do Tesouro dos EUA. No entanto, a instabilidade no mercado cambial manteve-se devido às incertezas causadas pela escalada da guerra comercial global, que continua a gerar volatilidade e preocupação entre os investidores.

Tensões Comerciais e Reacção dos Mercados

A recente ameaça do Presidente dos EUA, Donald Trump, de impor novas tarifas sobre os produtos da União Europeia provocou reações imediatas nos mercados financeiros. Os principais parceiros comerciais dos EUA prometeram retaliar contra as barreiras comerciais já implementadas, intensificando as tensões económicas globais.

Os investidores enfrentam dificuldades para avaliar o impacto desta escalada proteccionista na inflação e no crescimento dos EUA. Na sessão asiática de quinta-feira, 13 de Março, os mercados demonstraram sinais de relativa calma, mas continuam vulneráveis a novas mudanças na política comercial norte-americana.

Movimentação das Moedas e Impacto no Mercado Cambial

Apesar da incerteza, o dólar registou uma leve valorização de 0,05% face ao iene, atingindo 148,31, depois de ter caído para uma baixa de cinco meses contra a moeda japonesa. Esta recuperação deve-se à corrida ao iene como activo de refúgio em momentos de turbulência económica.

O franco suíço também apresentou uma ligeira desvalorização face ao dólar, situando-se em 0,8817 após ter atingido um pico de três meses. O euro recuou para US$ 1,0890, afastando-se do máximo de cinco meses registado na terça-feira, 11 de Março.

A libra esterlina valorizou 0,06%, fixando-se em US$ 1,2968, enquanto o índice do dólar recuperou para 103,57, após tocar num mínimo de cinco meses. Já o dólar canadiano permaneceu estável em C$ 1,4372, mesmo depois de o Banco do Canadá ter reduzido a sua taxa de juros em 25 pontos base na quarta-feira, 12 de Março.

Inflação nos EUA e Perspectivas Económicas

Os dados divulgados na quarta-feira revelaram que a inflação nos EUA subiu ligeiramente menos do que o esperado em Fevereiro. No entanto, analistas alertam que este alívio pode ser temporário, uma vez que os dados não capturam plenamente o impacto das tarifas de Trump.

James Reilly, economista de mercados da Capital Economics, salientou que as perspectivas para a inflação e a actividade económica dos EUA continuam envoltas em incerteza, devido às políticas comerciais imprevisíveis da administração norte-americana.

Os rendimentos do Tesouro dos EUA mantiveram-se em alta, com a taxa de referência a 10 anos estabilizada em 4,3047%, próxima do máximo de uma semana. O rendimento a dois anos manteve-se em 3,9866%, reflectindo as expectativas do mercado em relação à inflação e à política monetária da Reserva Federal.

Impacto nas Decisões dos Bancos Centrais

O Banco do Canadá justificou a sua decisão de cortar as taxas de juro com preocupações sobre pressões inflacionárias e um crescimento mais fraco decorrente da incerteza comercial. Carol Kong, estrategista cambial do Commonwealth Bank of Australia, alertou que as tarifas podem criar pressões inflacionárias globais, dificultando a resposta dos bancos centrais.

“Embora os bancos centrais possam reduzir as taxas de juro para compensar o impacto negativo sobre o crescimento, as preocupações com a inflação podem limitar o que podem fazer na frente da política monetária”, afirmou Kong.

Moedas da Austrália e Nova Zelândia

O dólar australiano subiu 0,07%, atingindo US$ 0,6326, enquanto o dólar da Nova Zelândia registou uma valorização de 0,13%, fixando-se em US$ 0,5738.

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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>Com efeito, a recente valorização do dólar reflete um cenário de incerteza económica global, impulsionado pela guerra comercial e pela política monétária dos EUA. Com a inflação ainda num patamar instável e a possibilidade de novas tarifas, os mercados financeiros continuarão a monitorizar de perto os desdobramentos da política comercial da administração Trump, bem como as decisões dos bancos centrais em resposta ao cenário macroeconómico global.

Fonte: O Económico

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