Os preços do petróleo estiveram pouco alterados nesta terça-feira, 02 de Julho, mantendo-se perto dos máximos de dois meses atingidos na sessão anterior, com as expectativas de aumento da procura de combustível da temporada de viagens de verão e possíveis cortes nas taxas de juro dos EUA que poderão impulsionar o crescimento económico.
Os futuros do petróleo Brent subiram 20 cêntimos para 86,80 dólares por barril, às 03:13 GMT, depois de terem ganho 1,9% na sessão anterior, atingindo o valor mais alto desde 30 de Abril.
O petróleo bruto americano West Texas Intermediate (WTI) subiu 15 cêntimos para 83,53 dólares por barril, depois de ter ganho 2,3% para o seu valor mais alto desde 26 de Abril.
O movimento dos preços do petróleo “parece ser mais impulsionado pelo medo e sentimento do que pelos fundamentos”, disse à Reuters Vandana Hari, fundadora do fornecedor de análise do mercado de petróleo Vanda Insights, apontando as perspectivas para a procura de combustível no verão, a maior probabilidade de conflito entre Israel e o Irão e o furacão Beryl como factores de apoio.
A procura de gasolina nos EUA, o maior consumidor mundial de petróleo, deverá aumentar com o início da época de viagens de verão, com o feriado do Dia da Independência esta semana. A Associação Automóvel Americana previu que as viagens durante o período de férias serão 5,2% superiores às de 2023, sendo as viagens de automóvel 4,8% superiores às do ano anterior.
“Isso pode ajudar a recuperar a demanda de gasolina após um primeiro semestre moderado de 2024”, escreveram analistas do ANZ em uma nota que a Reuters teve acesso.
Do lado da oferta, os mercados estavam a planear possíveis interrupções do furacão Beryl na refinação de petróleo dos EUA e na produção offshore. No entanto, as previsões actuais mostram que a tempestade se deslocará provavelmente para a Baía de Campeche, no México, causando problemas à produção de petróleo nesse país.
Os sinais de diminuição da inflação nos Estados Unidos estão a renovar a esperança de que a Reserva Federal possa reduzir as taxas de juro, possivelmente em Setembro.
A Reuters cita um relatório publicado na na segunda-feira, 01/07, que mostrava que a actividade industrial dos EUA contraiu-se pelo terceiro mês, e os preços que os fabricantes pagaram por alguns factores de produção caíram para o nível mais baixo em seis meses.
Juntamente com um relatório do Departamento de Comércio na sexta-feira, 28/06, mostrando que os dados da inflação dos EUA ficaram inalterados em Maio, isso poderia reforçar o caso de redução das taxas de juros dos EUA, um passo que iria impulsionar a actividade económica e a procura de petróleo.
Ainda assim, sinais de um crescimento da procura menor do que o esperado limitaram os ganhos dos preços do petróleo.
Alguns dados mostram que as importações de crude para a Ásia, a maior região consumidora de petróleo do mundo, no primeiro semestre de 2024, foram inferiores às do ano passado. Este facto deveu-se principalmente à redução das importações para a China, o maior importador de petróleo do mundo e o segundo maior consumidor.
Fonte: O Económico
