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“Educação começa no lar”. Graça Machel aponta falhas das famílias no caso da Escola da Machava

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Por: Alfredo Júnior

 

A activista social Graça Machel visitou recentemente a Escola Básica da Machava, no quilómetro 15, em Matola, onde uma aluna foi vítima de abuso por parte dos seus colegas. O episódio gerou discussão sobre o papel das famílias na formação dos filhos. Durante a visita, marcada por gestos de solidariedade e preocupação, Graça Machel foi directa ao afirmar que muitas famílias moçambicanas estão a abdicar da sua responsabilidade fundamental, que é educar.

As famílias perderam a responsabilidade de educar os seus filhos”, declarou, num tom firme e carregado de indignação. Para Machel, a violência nas escolas, o desrespeito entre colegas e a falta de limites não são fruto apenas da falta de condições nos estabelecimentos de ensino, mas também de um distanciamento cada vez maior dos pais no acompanhamento diário das crianças.

O caso da menor violentada não é isolado, pelo contrário, soma-se a uma série de episódios semelhantes que têm vindo a ganhar visibilidade nos últimos tempos, o que se nota, segundo a activista, é o crescimento de uma geração que, muitas vezes, chega à escola sem referências claras sobre o certo e o errado. E, nestas condições, torna-se difícil para qualquer sistema educativo garantir um ambiente saudável e seguro para todos.

Graça Machel insiste que a educação não começa nem termina na sala de aula. Começa em casa, no dia-a-dia, nos exemplos, nos diálogos, nas regras e nos limites. É lá que se aprende a respeitar o outro, a cuidar do bem comum, a reconhecer que os nossos actos têm consequências. Quando este papel é negligenciado, a escola passa a ser o único espaço de formação, mas um espaço frágil, sem a base que só o lar pode oferecer.

Ao longo da visita, o apelo foi claro, pais, mães, avós e encarregados de educação devem assumir a sua parte. Não se pode continuar a delegar tudo à escola, à televisão ou às redes sociais. “Estamos a criar crianças que não conhecem fronteiras entre o certo e o errado. Isso é uma bomba que vai rebentar nas mãos da sociedade”, alertou Graça Machel, num dos momentos mais marcantes da sua intervenção.

O que aconteceu na Machava deve servir como um sinal de alerta, não basta condenar a violência, é preciso ir à raiz do problema, e a raiz está no abandono progressivo da função educativa por parte de muitas famílias. Sem o envolvimento activo dos pais, nenhum plano curricular, por mais bem estruturado que seja, conseguirá formar cidadãos conscientes.

A educação começa no lar, e quando o lar falha, toda a sociedade paga o preço.

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