Em entrevista ao “O País”, Manuel Liquelique, director provincial de Educação e Cultura em Inhambane, explicou a estratégia por detrás do processo de pagamento. “O que está a acontecer é que o pagamento de horas extras ao nível nacional é feito em fases. A primeira fase já foi concluída, e estamos a aguardar a segunda fase, que brevemente terá a sua comunicação. Falamos aqui que 74% dos professores já foram pagos, tanto que estão nas salas a trabalhar,” afirmou.
Apesar dos progressos, ainda restam por pagar cerca de 50 milhões meticais, montante relativo às horas extras de 2023. Em relação ao ano de 2024, a validação dos pagamentos aguarda a conclusão do trabalho pela Inspecção Geral das Finanças. “Para o ano de 2024, as horas ainda estão a ser trabalhadas. Recebemos esta semana a Inspeção Geral das Finanças, que está a fazer o seu trabalho e posteriormente, os colegas serão pagos,” garantiu Liquelique.
O impacto do pagamento parcial é visível no ambiente escolar. Embora tenha aliviado a tensão entre os docentes, a dívida restante ainda é motivo de preocupação. “Estamos a trabalhar para resolver tudo. A nossa meta é garantir que todos recebam, mas o processo segue uma lógica de fases e priorizações,” destacou o diretor provincial.
A reunião provincial de planificação do setor da educação foi o espaço escolhido para partilhar estes dados e discutir as prioridades para o próximo ano letivo. Mais do que abordar os atrasos nos pagamentos, o encontro foi uma oportunidade para traçar estratégias que visem melhorar as condições do setor e evitar interrupções no ensino.
Participantes do evento sublinharam a necessidade de maior transparência e celeridade nos pagamentos, considerando que os professores desempenham um papel fundamental no desenvolvimento da província. “Não podemos permitir que a demora nos pagamentos continue a afetar a motivação dos nossos professores. Eles são os pilares do futuro das nossas comunidades,” afirmou Liquelique.
O pagamento de horas extras tornou-se um símbolo dos desafios administrativos e financeiros enfrentados pelo setor da educação em Inhambane. Os 74% de pagamentos realizados representam um avanço, mas o restante da dívida e a pendência para 2024 refletem a necessidade de melhorias na gestão e na comunicação entre as instituições envolvidas.
Com cerca de 5 mil professores beneficiados até agora, o setor da educação demonstra que há vontade de resolver os problemas. No entanto, a dívida restante e as pendências para o ano seguinte ainda são um lembrete de que muito trabalho precisa ser feito para estabilizar o setor e garantir que a educação continue a ser uma prioridade em Inhambane.
Fonte: O País