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Após uma paralisação de cerca de quatro meses causada por vandalismo e distúrbios pós-eleitorais, o projecto de electrificação da linha Moçambique–Malawi, a partir da subestação de Matambo, na província de Tete, retomou os trabalhos e deverá ser concluído em Outubro deste ano.
A empreitada inclui a instalação de 337 torres do lado moçambicano, com as actuais actividades centradas nas fundações em betão, montagem das estruturas e lançamento dos cabos condutores. Segundo João Catine, coordenador do projecto, citado pelo diário “Notícias”, o cronograma inicial previa a conclusão em Março, mas os distúrbios pós-eleitorais forçaram a interrupção das actividades.
Durante o período de paralisação, registaram-se actos de vandalismo que resultaram na destruição de máquinas, ferramentas e equipamentos, bem como em ataques aos engenheiros no terreno. A situação obrigou à retirada de pessoal estrangeiro e à suspensão temporária do projecto, que sofreu um prejuízo estimado em 3,5 milhões de dólares norte-americanos.
Em declarações ao “Notícias”, Catine sublinhou que a escassez de peças e equipamentos, nomeadamente parafusos e cabos, também atrasou a execução, obrigando à reiniciação da produção de componentes no exterior para posterior importação. “Coisas pequenas como parafusos começaram a chegar. Espera-se que outras peças cheguem até finais de Julho”, declarou.
O projecto está orçado em 154 milhões de dólares, financiado por instituições como o Banco Mundial, a Alemanha e a União Europeia. A previsão é de que a componente moçambicana fique pronta até finais de Setembro, enquanto as obras no lado malawiano deverão ser concluídas antes.
Este projecto irá adicionar 120 megawatts à rede eléctrica do Malawi e reforça a posição de Moçambique como um dos principais fornecedores de energia da África Austral, consolidando o papel estratégico do país na promoção da integração energética regional.
Fonte: O Económico
