Enfermeiros queixam-se de injustiça e exigem melhores condições laborais 

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Falta de material de trabalho e sobrecarga horária,  falta de subsídios, injustiças discrimação são algumas das queixas dos enfermeiros apresentadas, esta quarta-feira, ao Ministro da Saúde. Ussene Isse diz estar ciente dos problemas e promete soluções. 

Não é de hoje que os enfermeiros se queixam de desvalorização da classe e injustiças no sector laboral. 

Os profissionais, que têm o dever de manter o primeiro contacto com os pacientes e ajudar a salvar vidas, dizem que vezes sem conta têm sido sobrecarregados, o que compromete a qualidade dos serviços. 

“Nós somos pisados, humilhados, além disso, os médicos olham para nós como empregados. Praticamente não temos subsídios, mas estamos sempre em prontidão para  exercer as nossas funções com amor. Não queremos nos comparar com os médicos, mas alguns destes  quando chegam às unidades sanitárias de manhã, até às 10 desaparecem ”, explicou André Chau, Enfermeiro.

Esta quinta-feira, a classe reuniu-se com o ministro da Saúde,  Ussene Isse, que saiu do gabinete para ouvir as suas preocupações. 

Maria Massinga lamentou o facto de “os enfermeiros não fazem só o seu trabalho, atropelam outros serviços. O enfermeiro é que está nos centros de saúde mas mesmo assim humilham-nos”. 

Outra preocupação é com o rácio enfermeiro-paciente. Os profissionais de enfermagem dizem atender, por dia, pacientes acima da média  que deviam. 

“Agradeceria que se melhorasse o rácio entre o número de pacientes para um enfermeiro, porque a assistência chega a não ser de qualidade. Um enfermeiro está para 30 pacientes numa enfermaria, isso não é saudável.” 

A questão do transporte e alimentação fazem parte das queixas da classe, pois, segundo contou Sara António, “há transporte até para o ministério da Saúde mas não são para todos os profissionais”. 

Além disso, querem também progressos de carreira. 

“Senhor ministro, estou a exercer as funções de enfermeira há nove anos, estou a pedir voltar à escola mas não consigo ser descontada por isso”.

O ministro da Saúde disse reconhecer que os problemas existem. 

“Há problemas de mudanças de carreira…de continuação de estudos, há problemas de atraso de pagamento de alguns subsídios, falta material médico cirúrgico, medicamentos, uma série de problemas que temos no sector”, disse Ussene Isse. 

A falta de material médico-cirúrgico, até de luvas e máscaras é outra preocupação que Isse promete trazer soluções.  

“Nós temos que garantir melhores condições para atender ao público. temos que resolver alguns problemas urgentes, temos dívidas com fornecedores de material médico-cirúrgico, medicamentos, reagentes e não é pouco. Entretanto, há uma resposta positiva no sector da saúde”. 

Em contrapartida, Ussene Isse condena o roubo de equipamentos e exige atendimento humanizado. 

“Temos que combater os colegas que não estão na nossa agenda, há alguns que só sabotam e roubam”. 

O ministro da Saúde diz que vai ser intolerante, não só contra os casos de mau atendimento nas unidades sanitárias mas também injustiças contra os enfermeiros.

Fonte: O País

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