Resumo
A diferença na disponibilidade de medicamentos entre farmácias públicas e privadas em Moçambique tem sido destacada, com prateleiras quase vazias nos estabelecimentos públicos e uma oferta mais diversificada nas privadas. O sistema público enfrenta desafios logísticos e de aquisição, resultando na escassez de medicamentos essenciais, enquanto o setor privado, operando por mecanismos de mercado, mantém estoques regulares, mas com custos elevados. Esta disparidade não se resume à variedade de produtos, mas também ao acesso económico, levando muitos cidadãos a recorrer ao setor privado se tiverem capacidade financeira. Melhorar a gestão logística e a transparência na distribuição de medicamentos são soluções possíveis, mas é crucial reconhecer os desafios estruturais do setor público, que opera com limitações orçamentais e a necessidade de atender a uma população vasta e diversificada. Garantir a disponibilidade de medicamentos essenciais para todos, independentemente da capacidade financeira, continua a ser um desafio central para o sistema de saúde em Moçambique.
A diferença na disponibilidade de medicamentos entre farmácias públicas e privadas tem chamado cada vez mais atenção. Nos hospitais e postos de saúde públicos, os pacientes frequentemente encontram prateleiras quase vazias, onde o paracetamol parece ser, em muitos casos, a única opção disponível. Por outro lado, nas farmácias privadas, a oferta é mais diversificada, incluindo antibióticos, vacinas, xaropes e suplementos disponíveis regularmente para quem pode pagar.
Esse contraste evidencia uma realidade complexa. Por um lado, o sistema público de saúde enfrenta desafios de logística, armazenamento e aquisição que impactam directamente a disponibilidade de medicamentos essenciais. Por outro, o sector privado, operando segundo mecanismos de mercado, consegue manter estoques regulares, mas com custos que podem limitar o acesso de grande parte da população. Assim sendo, a diferença entre os dois sectores não se resume à variedade de produtos, mas também à questão do acesso econômico.
Desta feita, para muitos cidadãos, a alternativa acaba sendo recorrer ao sector privado, desde que tenham condições financeiras para tal. Por conseguinte, a saúde deixa de ser apenas uma questão de atendimento médico e passa a ser, parcialmente, uma questão de poder aquisitivo.
Assim sendo, as soluções possíveis passam pela melhoria da gestão logística e pela transparência na distribuição de medicamentos. No entanto, é fundamental reconhecer os limites estruturais enfrentados pelo sector público, que opera com restrições orçamentárias e a necessidade de atender a uma população ampla e diversa.
Por fim, garantir que medicamentos essenciais estejam disponíveis para todos, independentemente da capacidade financeira, continua sendo um desafio central para o sistema de saúde em Moçambique.

                                    




