Estado deve 300 milhões de meticais a empreiteiros em Nampula

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O Estado tem uma dívida de 300 milhões de meticais para com os empreiteiros em Nampula. Enquanto isso, há obras que foram abandonadas pelos profissionais, algumas com pagamento a 100%. Sobre este assunto, a Associação de Empreiteiros divide a culpa entre os donos das obras e a irresponsabilidade de alguns construtores

É maisuma dívida do Estado, desta vez para com os empreiteiros que têm contratos para a construção, reabilitação ou melhoramento de estradas e construção de edifícios públicos em Nampula.

O presidente da Associação dos Empreiteiros de Nampula explica que, do trabalho que tem com a Administração Nacional de Estradas (ANE), a dívida está fixada em 153 milhões de meticais, contando com os municípios e distritos que têm cumulativamente uma dívida de cinco e 14 milhões, respectivamente.

Além da ANE, outras instituições do estado têm dívidas com os empreiteiros, fazendo com que o valor esteja a rondar os 300 milhões de meticais. Segundo Mário Albano, as dívidas têm, em média, um ano, e os empreiteiros estão na expectativa de receber pelo que já foi feito ou mesmo para executar as obras.

A situação motivou um encontro entre a Associação dos Empreiteiros, o governador de Nampula e o delegado provincial do Fundo de Estradas, que garantiu que estava a trabalhar no sentido de garantir que as dívidas sejam pagas.

Apesar desse encontro, o Estado ainda não liquidou as dívidas, limitando-se, explica Mário Albano, a lançar mais concursos públicos, facto que para ele não tem nenhuma explicação.

Em muitos casos o Estado é o devedor, mas, em determinadas obras, o Estado aparece como lesado, devido a obras abandonadas, algumas com pagamento feito a 100%.

Sobre o assunto, o presidente da Associação dos Empreiteiros em Nampula diz não conhecer as causas, mas reafirma que há problemas de pagamento e aponta também o problema de gestão de alguns empreiteiros desonestos. Para resolver o problema, Mário Albano defende uma negociação com o Estado.  

Em relação à segunda faixa de rodagem da Av. Eduardo Mondlane, na cidade de Nampula, mal executada pela ECRAM Construções, aponta o baixo preço como uma das causas.

“Temos conhecimento do assunto e, para já, penso que há duas questões que devemos levar em conta: a parte técnica que ainda não foi esclarecida e a componente de execução. É verdade que não temos todo o dossier para termos uma posição clarividente, mas só pelo valor da obra dá para aferir que não corresponde à via”, explica.

Mário Albano falava à margem do seminário de auscultação pública para a criação da Inspecção-Geral do Estado e Inspecção-Geral de Segurança Alimentar e Económica, esta última deverá implicar a extinção da INAE.

Fonte: O País

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