Questões-Chave:
Receita anual atingiu os 7,6 mil milhões USD, um aumento de 8% face ao exercício anterior;
Número de passageiros cresceu 11%, totalizando 19 milhões no ano fiscal;
Companhia adicionou seis novas rotas e prepara encomenda de 20 aeronaves regionais;
Mega-aeroporto de Bishoftu será o maior de África, com capacidade para 100 milhões de passageiros por ano;
Conflitos regionais e mudanças legais nos EUA afectaram operações, mas não travaram expansão.
A Ethiopian Airlines, maior companhia aérea de África, fechou o ano fiscal de 2024/25 com uma receita de 7,6 mil milhões de dólares norte-americanos, representando um crescimento de 8% face ao ano anterior. A transportadora registou um aumento de 11% no número de passageiros e alargou a sua rede com seis novas rotas internacionais, mantendo-se resiliente apesar de desafios operacionais e geopolíticos.
A estatal etíope transportou 19 milhões de passageiros no último ano fiscal, que terminou a 7 de Julho de 2025. Este desempenho foi impulsionado por um crescimento da procura pós-pandemia, a abertura de novas rotas em mercados estratégicos e uma política de expansão de frota.
“Foi um bom desempenho, apesar dos desafios globais”, afirmou o CEO da companhia, Mesfin Tasew Bekele, referindo-se aos conflitos no Sudão, na RDC e no Médio Oriente, bem como a alterações legislativas nos EUA que afectaram rotas e regulamentos.
Apesar de alguns gargalos técnicos — como aeronaves em terra devido à escassez de peças para manutenção de motores — a companhia prepara-se para modernizar a sua frota doméstica, substituindo aeronaves envelhecidas e expandindo a capacidade com a aquisição prevista de mais de 20 jactos regionais.
Infra-estrutura: o mega-aeroporto de Bishoftu
Um dos elementos centrais da visão estratégica da Ethiopian Airlines — parte da sua “Visão 2035” — é a construção do novo aeroporto internacional de Bishoftu, a cerca de 45 km de Adis Abeba. O projecto contará com quatro pistas, capacidade para movimentar até 100 milhões de passageiros por ano e estacionamento para 270 aeronaves, tornando-se no maior aeroporto de África.
A conclusão está prevista para 2029, sendo considerado estratégico não só para a Etiópia, mas para todo o continente, que procura posicionar-se como um hub de interligação entre África, Europa, Ásia e o Médio Oriente.
Contexto africano e liderança regional
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p dir=”ltr”>A Ethiopian Airlines consolidou a sua posição como companhia líder do continente, à frente de outras transportadoras africanas como a EgyptAir, Kenya Airways ou Royal Air Maroc. É uma das poucas companhias africanas com operações rentáveis, voos intercontinentais consistentes e ligação a todos os principais centros económicos de África.
Ao todo, opera uma frota de mais de 150 aeronaves e prevê, até 2035, duplicar esse número, acompanhando o crescimento da aviação africana, que deverá registar um aumento anual médio de 5,4%, segundo a IATA.
Fonte: O Económico